Apesar de a receita da Azul (AZUL4) mais do que dobrar no segundo trimestre, em comparação com o mesmo período em 2021, a alta dos custos, em especial dos combustíveis, levou as contas da companhia ao negativo e fez a empresa registrar um prejuízo bilionário.
De acordo como dados do balanço divulgados nesta quinta-feira (11), a Azul teve prejuízo líquido de R$ 2,6 bilhões entre abril e junho, revertendo o lucro de R$ 1 bilhão registrado em igual intervalo anterior.
Já o prejuízo líquido ajustado ficou em R$ 721,4 milhões, queda de 39,4% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado (-R$ 1,19 bilhão).
A receita da Azul somou R$ 3,9 bilhões, aumento de 130,5% ante o segundo trimestre do ano passado (R$ 1,7 bilhão). O resultado foi alavancado pelo transporte passageiros, com alta de 151% (R$ 3,5 bilhões), enquanto o transporte de cargas e outras receitas subiram 28,6% (R$ 366 milhões).
O bom desempenho do faturamento, porém, ficou aquém dos custos da companhia. No período, a Azul viu os custos operacionais subirem 80,2%, indo a R$ 3,7 bilhões.
O resultado da receita veio acima do esperado pelo BTG Pactual e Itaú BBA, de R$ 3,8 bilhões. Já o prejuízo ficou em linha apenas com a expectativa do Itaú BBA (R$ 2,6 bilhões) e muito acima da previsão de R$ 679 milhões projetada pelo BTG.
No período, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) da aérea brasileira teve resultado positivo de R$ 614 milhões, em uma reversão aos R$ 50,9 milhões negativos de igual período do ano passado.
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A margem Ebitda encerrou o segundo trimestre em 15,7%, revertendo o quadro negativo de 3% registrado no segundo trimestre de 2021.
Os dois dados ficaram acima do projetado pelo mercado. O BTG esperava Ebitda de R$ 469 milhões, com margem de 12,3%, enquanto o Itaú BBA havia previsto Ebitda de R$ 507 milhões e margem de 13,1%.
Aumento de custos
Assim como reportado pela Gol (GOLL4) em julho, o aumento dos combustíveis foi o principal peso nos custos da Azul no segundo trimestre. A conta mais do que dobrou, fechando em R$ 1,7 bilhão, ante R$ 609 milhões no ano passado.
O balanço da empresa no período de abril a junho também mostra o aumento de 112% em custos com comercial e marketing, 88,4% com gastos com passageiros e tráfego e 61,2% em tarifas aeroportuárias.
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Indicadores operacionais
Os indicadores operacionais apresentaram dados positivos. A oferta de assentos medida pela multiplicação de vagas em um avião pela distância percorrida (ASK) registrou aumento de 59,6% no segundo trimestre, enquanto a demanda, que calcula quantos passageiros de fato ocuparam o assento durante o trajeto (RPK), teve alta de 63,8%.
Por sua vez, a receita unitária de passageiros por assentos/quilômetros oferecidos (PRASK) teve variação de 57,3%.