Depois de dizer adeus à bandeira Extra Hiper, o Pão de Açúcar (PCAR3) decidiu também trocar o presidente da companhia. Sai Jorge Faiçal Filho – que estava no grupo há seis anos, ocupando o cargo de executivo-chefe desde janeiro de 2021 -, e entra Marcelo Pimentel – que já comandou empresas como Walmart e Lojas Marisa.
Em comunicado, o presidente do conselho de administração do Pão de Açúcar, Jean-Charles Naouri, disse que a troca é “mais uma etapa natural” dentro dos planos de reformulação da companhia.
“O Pimentel traz ao GPA uma experiência adaptada à nova formatação do seu modelo de negócios e tenho plena confiança na sua capacidade”, disse ele no documento, agradecendo o trabalho de Faiçal.
A nova formatação mencionada por Nouri tem como maior expoente a cisão entre o Pão de Açúcar e o Assaí (ASAI3), ocorrida há aproximadamente um ano.
O objetivo da operação era concentrar os esforços do Pão de Açúcar em lojas de “proximidade”, voltadas a atender públicos menores, e em formatos mais regionais, e ao mesmo tempo abrir espaço para que o Assai, rede de lojas que mistura vendas no atacado e no varejo, recebesse investimentos para expansão.
Esta estratégia foi reforçada em outubro do ano passado, quando ambas as companhias fecharam um acordo para converter 71 lojas do Extra Hiper – que representavam as lojas de departamento do Grupo Pão de Açúcar – em lojas de “atacarejo” operadas pelo Assaí.
Na época, a XP Investimentos avaliou que a operação ajudaria na expansão do Assaí oferecendo ao grupo “pontos de venda premium” em várias capitais brasileiras e grandes cidades, com pouca ou nenhuma sobreposição de lojas com o parque de lojas da rede.
Para o Pão de Açúcar, a operação foi vantajosa também, segundo a XP, porque previa o pagamento de R$ 4 bilhões, sendo que R$ 1,2 bilhão serão usados para reinvestir no negócio, “principalmente nos planos de expansão do GPA no Brasil e na aceleração das iniciativas digitais”.
O mercado, porém, está dividido em relação ao futuro das ações da companhia. Segundo informações colhidas pela Refinitiv e disponíveis na plataforma TradeMap, oito entre 15 especialistas recomendam a compra do papel, enquanto seis defendem uma posição neutra em relação a PCAR3 e um sugere a venda da ação, que fechou a sessão de quinta-feira (17) em alta de 0,83%, a R$ 23.