Logo-Agência-TradeMap
Logo-Agência-TradeMap

Categorias:

Após operar boa parte da manhã no negativo, Ibovespa inverte sinal e sobe apoiado por commodities

Mercado opera no positivo a despeito de nova queda do minério de ferro após dados decepcionantes da economia chinesa no 2º trimestre

Foto: Shutterstock

Após passar a maior parte da manhã no campo negativo, o Ibovespa inverteu o sinal e passou a subir nesta sexta-feira com a força de mineradores e siderúrgicas, que esboçam recuperação após fortes quedas na véspera, a despeito dos dados mais fracos do que o esperado da economia da China no segundo trimestre.

Por volta de 13h20, o principal índice da B3 registrava alta de 0,29%, aos 96.395 pontos.

A ponta de cima era liderada pela Méliuz (CASH3), com valorização de 4,51%. O bom desempenho ocorre após a divulgação de crescimento de 24% do valor bruto de vendas (GMV) das mercadorias vendidas no segundo trimestre, somando R$ 1,4 bilhão.

Ao mesmo tempo, a take rate – percentual de comissão pelas vendas – aumentou 0,8 ponto porcentual (pp), para 6,3%. Desconsiderando o dinheiro que o Méliuz devolve aos compradores – o chamado cashback -, esse índice aumentou em 0,2 pp na mesma base de comparação, para 2,1%.

O pelotão de cima também é reforçado pela recuperação das siderúrgicas e mineradoras. O movimento de correção ocorre a despeito da queda de 10% do minério de ferro negociado no porto de Dalian, também pressionado pelos dados frustrantes da economia chinesa.

Com isso, a Gerdau (GGBR4) tinha ganhos de 3,83%, enquanto o braço de mineração da companhia (GOAU4) subia 3,21%. Ontem, as ações fecharam em queda de 4,47% e 3,41%, respectivamente.

A Usinimas (UNIM5), por sua vez, subia 1,86%, enquanto a CSNA3 tinha alta de 1,26%. A primeira ação registrou tombo de 3,59% na véspera, e a segunda caiu 6,4%.

Frigoríficos puxam queda

A ponta negativa do principal índice da B3 era liderada pelos frigoríficos BRF (BRFS3) e Minerva (BEEF3), com recuo de 3,57% e 3,02%, nesta ordem.

O segmento de alimentos processados cai em bloco neste último pregão da semana devido à alta dependência das importações da China e o temor de desaceleração na segunda maior economia do mundo.

Em menor intensidade, a JBS (JBSS3) registrava queda de 1,28% e a Marfrig (MRFG3) caia 0,71%.

O PIB (Produto Interno Bruto) chinês mostrou alta de 0,4% na comparação com o mesmo período do ano passado, muito abaixo da expectativa de 1% do mercado.

A desaceleração da economia do gigante asiático é reflexo da política de zero Covid imposta pelo governo e que levou ao fechamento de grandes centros do país, inclusive Xangai, o maior polo financeiro da China.

Segundo Victor Miranda, sócio da One Investimentos, a desaceleração chinesa aumenta o temor de queda nas importações de produtos, o que pode incidir em menos exportações das indústrias brasileiras.

A queda do Ibovespa também é influenciada por novas baixas dos papéis de empresas de saúde após a promulgação pelo Congresso Nacional na véspera do projeto de lei que determina piso de R$ 4.750 para enfermeiros, além de novos valores para as demais categorias.

A expectativa é que a mudança incida no aumento dos custos das empresas. A Qualicorp (QUAL3) tinha perdas de 2,69%, enquanto a Hapvida (HAPV3) recuava 2,77%.

Bolsas internacionais

No exterior, o clima também é positivo com altas nas Bolsas americanas e na Europa. O bom humor é impulsionado pelo cenário de queda das commodities, que deve incidir em menor pressão sobre os preços globais.

Apesar de registrar alta de 2,6% nesta manhã, o barril de petróleo tipo Brent, usado como referência na maior parte do mundo, se mantém no patamar de US$ 100, um dos mais baixos desde o início do conflito entre Rússia e Ucrânia, no final de fevereiro.

“A queda de pressão inflacionária tende a gerar menor aperto monetário, e isso significa menor alta dos juros. Esse cenário faz com que a economia americana não entre em recessão, ou fique com uma recessão leve”, diz Miranda.

Em Wall Street, o Dow Jones tinha alta de 1,8%, enquanto o S&P 500 subia 1,56% e a Nasdaq tinha valorização de 1,31%.

Na Europa, já perto do fechamento, o Stoxx 50 tinha ganhos de 2,42%, o FTSE 100 avançava 1,69% e o DAX 30, da Alemanha, apontava em 2,76% para cima.

⇨ Acompanhe as notícias de mais de 30 sites jornalísticos de graça! Inscreva-se no TradeMap!

Compartilhe:

Leia também:

Mais lidas da semana

Uma newsletter quinzenal e gratuita que te atualiza em 5 minutos sobre as principais notícias do mercado financeiro.