Após governo cancelar leilão, EDP (ENBR3) reconhecerá impairment de R$ 1,2 bilhão

Segundo a companhia, o ajuste não terá qualquer impacto no cumprimento dos contratos e nas demais obrigações da empresa e de Pecém

Foto: Shutterstock/Brenda Rocha - Blossom

Após o governo cancelar o leilão de reserva de capacidade dedicado a potência, que estava previsto para novembro de 2022, a EDP Brasil (ENBR3) efetuou os testes previstos na usina de Pecém e a previsão de impairment, que nada mais é do que a redução contábil do ativo, corresponde a R$ 1,2 bilhão.

A termelétrica, que é movida a carvão mineral e tem capacidade instalada de 720 megawatts (MW), possui contratos de energia por disponibilidade até julho de 2027 e autorização para geração até janeiro de 2044.

Em comunicado enviado ao mercado na noite desta quinta-feira (26), a companhia disse que Pecém registrou um desempenho operacional positivo em 2022, com disponibilidade média de 98%, a maior desde sua entrada em operação. Ela resultou em um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 446 milhões nos primeiros nove meses de 2022.

“Apesar deste fato não afetar a geração de caixa até julho 2027, a companhia, ao realizar o referido teste de recuperabilidade, considerou uma ponderação dos cenários, após 2027, para o cálculo do valor recuperável, o valor em uso – enterprise value – não recontratação; e recontratação em possível leilão”, diz a EDP.

A empresa ressalta ainda que o ajuste não terá qualquer impacto no cumprimento dos contratos e nas demais obrigações da empresa e de Pecém, inclusive covenants financeiros em contratos relevantes; na capacidade de geração de fluxo de caixa; na dívida líquida e na expectativa de pagamentos de proventos para 2022.

Cancelamento do leilão

Em meados do ano passado, o governo anunciou o cancelamento do leilão de reserva de capacidade, alegando que estava elaborando em conjunto com a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) e o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) estudos para viabilizar uma licitação que permitiria a concorrência entre as fontes de energia.

Esse leilão de reserva de capacidade é considerado uma evolução no setor, já que é focado na garantia física da usina, ou seja, no mínimo permitido para geração de energia.

Nesse novo modelo, o governo paga às empresas pela capacidade de produzir energia, baseada na potência instalada, permitindo, assim, uma remuneração mais previsível às usinas.

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