A Arezzo (ARZZ3), dona de marcas de calçados e roupas como Arezzo, Schutz e Reserva, reportou crescimento anual de 177,4% em seu lucro líquido do terceiro trimestre de 2021, para R$ 77,5 milhões. A melhora em seu resultado reflete sobretudo o aumento das vendas em todas as marcas, além da incorporação da AR&CO, superando, assim, o reflexo negativo do aumento das despesas financeiras, resultante da maior alavancagem.
A receita líquida da companhia, cresceu 87%, neste trimestre, para R$ 778 milhões. Destaque para o canal online, que representou 24,3% da receita bruta de julho a setembro, um crescimento de 36,3% ante o terceiro trimestre de 2020.
No terceiro trimestre, foram vendidos 5.030 pares de sapatos, além de 484 bolsas e 1.224 peças de roupa, avanços de 41%, 35,3% e 747,4% na base anual, respectivamente.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Arezzo ficou 98,1% maior entre julho e setembro, ao atingir o valor de R$ 118,6 milhões. Essa forte melhora reflete o crescimento de suas vendas, aliada ao um maior controle dos custos e despesas.
A companhia encerrou o terceiro trimestre com dívida líquida de R$ 271 milhões, ante R$ 123,5 milhões registrados no segundo trimestre. A alavancagem medida por dívida líquida/Ebitda foi de 0,5 vez, ante 0,3 vez no trimestre anterior. O aumento do endividamento teve como contexto a aquisição da Baw Clothing e outros investimentos.
As ações da Arezzo subiram 5,91% no último pregão, para R$ 80,06, em meio a rumores de seu interesse de adquirir as ações do Grupo Soma (SOMA3). Os papéis da segunda empresa avançaram 8,46%, para R$ 14,80. As companhias soltaram comunicados ao mercado informando que, por ora, não estão em tratativas para a união de seus negócios e ressaltaram que continuam focadas no crescimento orgânico de suas marcas e também por meio de aquisições.
Análise
Consideramos essa operação do grupo Arezzo bastante ousada, caso seja efetivada. As duas companhias estão com baixa alavancagem e vale salientar que a Soma é maior em bolsa, com um valor de mercado de R$ 11,25 bilhões (com base em 3 de novembro), acima dos R$ 7,9 bilhões da Arezzo.
O grupo Soma recentemente adquiriu a Hering em um negócio que movimentou o valor total de R$ 5,1 bilhões, sendo 30% do pagamento em dinheiro e 70% via troca de ações. A união entre as empresas resultou em um grande portfólio de marcas, com Hering, Hering Kids, Dzarm, Animale, Farm, Fábula, A.Brand, Foxton, Cris Barros, Off Premium, Maria Filó e NV.
Vale lembrar que a Arezzo também tinha entrado no páreo para disputar a compra da Hering com a Soma, sendo derrotada por conta do valor que pretendia pagar.