Americanas (AMER3): taxa para alugar ação dispara e procura por aluguel de Magazine Luiza (MGLU3) sobe

A divulgação da inconsistência contábil de R$ 20 bilhões no balanço da Americanas (AMER3) fez disparar o preço do aluguel da ação da companhia. A taxa saiu de 28,75% ao ano, em 11 de janeiro, para 162,63% ontem, quando as ações da varejista registraram queda de 77,33%.

O aluguel de ações é a etapa inicial da venda a descoberto. Neste tipo de operação o objetivo é lucrar com a queda no preço dos papéis.

Numa venda a descoberto, o investidor aluga as ações de outra pessoa, vende os ativos no mercado e depois recompra as ações na Bolsa para devolvê-las.

A taxa de aluguel das ações é um dos custos envolvidos nessa operação e, quando ela aumenta, diminui a lucratividade do investidor. Com o aumento da taxa de aluguel das ações da Americanas, o volume de ações da companhia que estavam alugadas caiu de 75.866.785 papéis, em 11 de janeiro, para 74.361.069 ações, ontem.

Ao todo, cerca de 11,90% do total de ações em circulação da Americanas estava alugado pelos investidores em 9 de janeiro.

Alguns fatores influenciam a taxa de aluguel, como a liquidez, a disponibilidade do ativo no mercado e a demanda pelo papel. Quanto maior a demanda, maior a taxa cobrada para emprestar a ação.

A demanda por aluguel das ações da Americanas começou a crescer em outubro após o anúncio de Sergio Rial, ex-CEO do Santander, para a presidência da empresa em agosto. O volume de empréstimos saltou de 40,1 milhões de ações, em 19 de outubro, para 75,9 milhões, em 11 de janeiro.

Cresce demanda por aluguel de papéis de varejistas

O problema com a Americanas fez aumentar a demanda pelo aluguel das ações de varejistas. Ontem, as ações da Magazine Luiza (MGLU3) e da VIA (VIIA3) estavam entre as mais alugadas, segundo a corretora Genial Investimentos, com os investidores apostando em uma queda maior dos papéis desse setor.

O volume de ações alugadas da Magalu cresceu 30,40% ontem, saltando de 205.834.848 para 268.499.908 ações, representando 9,52% do total de papéis em circulação da empresa. A taxa média de aluguel também subiu. de 8,04% para 19,77%.

O volume de ações alugadas da Via também cresceu, passando de 172.518.926 para 198.358.326 papéis, o que representa 12,43% do total em circulação da empresa.