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Americanas (AMER3) mostra resiliência após perder quase R$ 1 bi em ataque hacker

Americanas reporta melhor desempenho no primeiro trimestre mesmo após ataque cibernético e cenário macroeconômico adverso

Foto: divulgação

A Americanas, mesmo após sofrer um ataque hacker em fevereiro, publicou na noite de quinta-feira (12) melhor desempenho para o primeiro trimestre de 2022, devido à maior sinergia entre as lojas físicas e plataformas digitais.

Em teleconferência com analistas realizada nesta sexta-feira (13), Raoni Lapagesse, direitor de relações com investidores da empresa, disse que a empresa tem registrado, desde o terceiro trimestre de 2021, um crescimento mais acelerado em comparação com as concorrentes devido ao portfólio de produtos mais resistentes à crise e à menor dependência de altos tíquetes de venda.

A empresa reportou um crescimento no volume de vendas de 21,7%, para R$ 14,2 bilhões, neste primeiro trimestre de 2022 em comparação com mesmo período de 2021. Este crescimento se mostra amplamente superior ao crescimento de 3,6% do setor de varejo no trimestre.

Apesar do crescimento, a empresa estima uma perda de R$ 923 milhões devido à suspensão das atividades dos servidores para vendas online. A paralisação, que ocorreu em fevereiro, durou cerca de cinco dias e foi causada por um ataque hacker.

Durante o período de ataque, as lojas físicas continuaram as atividades normalmente — o que segurou as pontas para a melhora nos resultados. Sendo assim, a empresa apresentou uma receita bruta de R$ 8 bilhões no primeiro trimestre, 25,7% superior ao primeiro trimestre de 2021.

Este crescimento é reflexo da maior sinergia da empresa nas vendas das lojas físicas e do digital.

A receita bruta proveniente das lojas físicas cresceu 27,7%, para R$ 3,2 bilhões, no primeiro trimestre de 2022 em comparação com mesmo período de 2021. O crescimento deve-se, principalmente, pela reabertura total da base de lojas e retomada dos clientes.

Já as vendas digitais cresceram 24,3% em comparação com o primeiro trimestre de 2021 e incrementaram R$ 4,8 bilhões na receita bruta total, devido ao crescimento acelerado pós-ataque. A demanda em março superou a de fevereiro antes do ataque.

Embalado pelo crescimento de volume de vendas, o resultado Ebtida ajustado foi de R$ 660 milhões, avanço de 57,9% em comparação com o primeiro trimestre de 2021.

Além disso, a margem Ebitda também avançou em 1,9 ponto percentual e atingiu 9,8% neste primeiro trimestre, mesmo frente a desafios macroeconômicos como inflação acumulada de 12 meses a 12,13%, baixo poder de compra dos clientes e “guerra” de preços entre o varejo.

Este avanço é compreendido pela estratégia da empresa que é conhecida como “pescar no próprio aquário”. A estratégia está baseada em aproveitar a própria base de clientes, com cerca de 52 milhões ativos, para oferecer produtos mais perfilados e crescer as outras vertentes do negócio.

Lapagesse, ao falar sobre esta estratégia, citou o exemplo do aumento dos downloads do aplicativo da Americanas feito na própria loja. Só no primeiro trimestre desse ano foram mais de 6 milhões de downloads feitos em lojas físicas com custo de aquisição do cliente praticamente zero.

Além disso, a empresa pretende utilizar esta base de usuários para captar cliente para sua plataforma digital Ame, que oferece serviços financeiros para os franqueados, clientes e fornecedores.

Neste primeiro trimestre, a plataforma digital superou a marca de 32 milhões de downloads e atingiu um total de volume transacionado 53% maior, a R$ 7,8 bilhões, em comparação com o primeiro trimestre de 2021. Além disso, o crédito concedido pela fintech cresceu em 3,5 vezes.

Porém, mesmo após bons resultados apresentados no período, a empresa reportou um prejuízo de R$ 137 milhões, ainda que com redução de 38,8% em comparação com o primeiro trimestre de 2021.

Visão do mercado

Por meio de dados compilados pela Refinitiv apresentados na plataforma TradeMap a recomendação, da maioria dos analistas, para o papel é de compra. Sete dos 16 analistas que acompanham a empresa recomendam compra, dois recomendam forte compra e sete preferem a manutenção do papel.

Por volta das 17h10, o papel reportava alta de 1,68%, cotado a R$ 23,05. Para os analistas, a mediana do preço-alvo do papel é de R$ 40,00, o que representa uma valorização potencial de 73,16%.

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