Mesmo vendo um avanço nas receitas, a Ambev (ABEV3) registrou queda do lucro líquido no terceiro trimestre deste ano, atingindo os R$ 3,21 bilhões. O recuo foi de 13,4% em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo a empresa de bebidas, o resultado foi pressionado por despesas financeiras maiores e por uma revisão de alíquota que impactou em R$ 754 milhões o imposto de renda (IR) e contribuição social no trimestre.
“A inflação continuou a pressionar custos e despesas em nossos mercados”, adiciona a Ambev em seu balanço divulgado na madrugada desta quinta-feira (27).
Em contrapartida, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação), avançou 2,4% na mesma base comparativa, atingindo os R$ 5,6 bilhões. Já a margem Ebitda ficou em 27,2%, queda de 2,1 pontos percentuais ante igual período do ano passado.
O resultado, no que se referiu ao lucro, ficou acima da expectativa do BofA (Bank of America). A instituição projetava um lucro líquido de R$ 2,8 bilhões e um Ebitda de R$ 5,4 bilhões para o trimestre. E o Itaú BBA estimava R$ 2,6 bilhões de lucro líquido, também abaixo do patamar obtido pela Ambev entre julho e setembro.
Apesar disso, as estimativas de BofA e Itaú para o avanço das receitas da Ambev ficaram em linha com o número apresentado. A companhia anotou uma receita líquida de R$ 20,58 bilhões, alta de 11,3% em relação ao apresentado no mesmo trimestre de 2021.
Esse avanço foi causado pelo elevado volume de produção. A Ambev produziu 46,25 milhões de hectolitros, recorde para um terceiro trimestre e 1,3% maior que o apresentado no período equivalente do ano passado.
Segundo a empresa de bebidas, isso ocorreu devido a um consumo maior fora de casa no Brasil, reflexo de uma recuperação econômica e da volta das atividades num período pós-pandemia.
A receita líquida das operações brasileiras cresceu 19,7%, para R$ 10,768 bilhões. O Ebitda no Brasil alcançou R$ 2,807 bilhões, alta de 23,5%. De acordo com a Ambev, o destaque no mercado brasileiro foi o segmento de marcas premium, como Chopp Brahma e Original.
Vislumbrando o quarto trimestre, a empresa se diz preparada para aproveitar o momento da Copa do Mundo FIFA de 2022, que será a primeira durante o verão no Hemisfério Sul.