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Alphabet (GOGL34), Amazon (AMZO34) e Apple (AAPL34) desapontam e ações caem no pré-mercado dos EUA

Empresas tiveram dificuldades para aumentar vendas diante de dólar mais forte no período

Foto: Shutterstock/achinthamb

Três grandes nomes de empresas de tecnologia dos Estados Unidos – Alphabet (GOOG), Amazon (AMZN) e Apple (AAPL) – reportaram os resultados do quarto trimestre de 2022 e desapontaram o mercado.

Todas as empresas foram prejudicadas pelo fortalecimento do dólar no período, o que diminuiu a receita obtida com as operações fora dos Estados Unidos.

O período das festas de fim de ano, que em geral ajuda nas vendas, também teve pouco efeito sobre os resultados, em particular da Apple, que pode ter mais dificuldades para se recuperar nos próximos meses.

A reação do mercado aos números foi negativa. Por volta de 10h, no pré-mercado das Bolsas americanas, as ações da Alphabet recuavam 3,6%, as da Amazon tinham queda de 3,9% e as da Apple caíam 1,7%.

Confira abaixo como o mercado interpretou os números.

Amazon (AMZO34)

A Amazon reportou crescimento de 8,6% nas vendas do quarto trimestre de 2022 em relação a um ano antes, para US$ 149,2 bilhões, superando a previsão do mercado que, segundo a City Index, era de US$ 145,7 bilhões.

No entanto, o resultado ainda foi visto como levemente decepcionante, de acordo com Joshua Warner, analista de mercado da corretora britânica.

“Embora tenha vindo melhor que o esperado, o crescimento da receita foi o mais lento já registrado para um quarto trimestre, o que é algo relevante, considerando que este é o período mais intenso de vendas do ano”, acrescentou.

Além disso, a Amazon disse que no primeiro trimestre de 2023 espera registrar entre US$ 121 bilhões e US$ 126 bilhões em vendas – o que representaria aumento de 4% a 8% em relação ao mesmo período de 2022 -, mas o mercado esperava uma previsão mais otimista, na casa dos US$ 125,5 bilhões, disse Warner.

Segundo o analista, os investidores temem que a Amazon pare de crescer e que isso prejudique o lucro obtido pela empresa. No longo prazo, porém, há fatores que justificam o investimento nas ações da companhia – entre eles o fato de os papéis estarem mais baratos agora do que antes da pandemia, ainda que a empresa seja maior do que era em 2019.

“As vendas anuais cresceram 80%. O número de usuários do Prime em todo o mundo saiu da faixa dos 150 milhões para algo em torno de 200 milhões a 250 milhões hoje. As vendas e lucros da Amazon Web Services mais que dobraram nos últimos três anos”, explica Warner.

“No entanto, está claro que os investidores terão de se acostumar a um crescimento mais lento do que estavam acostumados”.

Apple (AAPL34)

No caso da Apple, a receita obtida no trimestre entre outubro e dezembro – o primeiro do ano fiscal da companhia – caiu quase 6% em relação a igual período do ano anterior, para US$ 117 bilhões, e ficou aquém do esperado pelo mercado.

O lucro por ação também desapontou – veio US$ 1,88, ante previsão de US$ 1,94 -, e as vendas de iPhones caíram 8% no período, um resultado mais fraco que o previsto.

Warner, da City Index, ressalta que o problema com a queda na venda de iPhones no final do ano passado é que a empresa pode ter dificuldade para compensar este resultado daqui para frente.

“As vendas de iPhones não devem crescer de novo até o terceiro trimestre fiscal, e aí pode ser tarde demais para recuperar as vendas perdidas, porque os consumidores podem decidir esperar pela próxima geração do iPhone, que será lançada no final de 2023”, afirmou.

De acordo com a corretora Cantor Fitzgerald, a Apple ainda deve apresentar um desempenho operacional robusto nos próximos meses, refletindo o desenvolvimento de novos produtos – como equipamentos de realidade virtual.

A corretora também aponta que a ação da Apple, que em meados do ano passado estava cara demais do ponto de vista da relação entre o preço do papel e o lucro da companhia, voltou a ter um valor atraente para o investidor. “Nosso preço-alvo atual de US$ 186 prevê um potencial de alta de 20% em relação aos níveis recentes”, acrescentou.

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Alphabet (GOGL34)

A dona do Google divulgou ao mercado que, no quarto trimestre de 2022, a receita aumentou 1% em relação a um ano antes, para US$ 76,0 bilhões, e que o lucro por ação diminuiu 31%, para US$ 1,05.

O faturamento ficou dentro do esperado pelo mercado, mas os investidores achavam que a empresa lucraria mais – por volta de US$ 1,20 por ação.

Assim como as outras techs, as vendas foram prejudicadas pela valorização do dólar – se o efeito cambial fosse desconsiderado, a receita teria crescido 7%.

A receita vinda do serviço de buscas do Google, que responde por mais da metade da receita da companhia, caiu 1,6% no quarto trimestre em relação a um ano antes – enquanto o mercado esperava uma queda bem mais tímida, de 0,1%.

As vendas no YouTube também ficaram abaixo do previsto, recuando 7,8%, enquanto a previsão era de uma redução de 4,2%, segundo a City Index.

A divisão de serviços de nuvem foi o ponto brilhante do trimestre, superando a previsão dos especialistas, com um aumento de 32% nas vendas.

A Cantor Fitzgerald, que recomenda a compra das ações da companhia, destacou o compromisso assumido pelo executivo-chefe da empresa, Sundar Pichai, de diminuir os custos da Alphabet como um ponto positivo. A empresa anunciou planos para cortar 6% do quadro de funcionários.

Warner, no entanto, afirmou que a promessa de Pichai não impressionou o mercado, principalmente porque a força de trabalho da Alphabet dobrou de tamanho desde o início da pandemia, e que serão necessárias mais medidas para convencer os investidores de que a empresa está focada em cortar despesas.

A Cantor Fitzgerald disse que a relação entre o preço e o lucro da ação da Alphabet está em 18 vezes no momento, abaixo da média de 5 anos, de 20 vezes – um sinal de que a ação está barata.

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