Alliar (AALR3): controladores pretendem vender maioria das ações a Nelson Tanure

Segundo pesquisa interna, os controladores da Alliar pretendem vender 50 milhões de ações para o Fonte de Saúde, fundo do empresário

Alliar: Divulgacao

Em pesquisa realizada com os acionistas controladores da Alliar (AALR3), divulgada ao mercado nesta segunda-feira (14), foi constatado que o bloco de controladores da empresa pretende vender quase toda a fatia detida na companhia para um fundo do empresário Nelson Tanure.

O Fonte de Saúde Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia consultou o bloco de acionistas da Alliar para saber quantas ações o grupo pretendia vender.

Os dados mostraram que, das cerca de 57 milhões de ações detidas pelo bloco de controle, 50 milhões serão vendidas. O número representa 42,3% do total de ações da Alliar. A operação deve ser concluída até 31 de março.

Às 11h (de Brasília), as ações da Alliar subiam 1,78% na Bolsa brasileira, sendo negociadas a R$ 17,75 por papel.

Entenda a movimentação

Desde o ano passado, a Alliar tem sido alvo de tentativas de aquisição. A Rede D’Or fez a primeira oferta, o Fleury indicou que teria interesse, mas quem levou foi Tanure. Ele comprou pouco mais de um quarto da companhia em agosto de 2021, o que lhe conferiu o status de maior acionista individual da Alliar.

A iniciativa fez outros acionistas se mexerem. Os dois médicos fundadores da companhia, Roberto Kalil e Sergio Tufik, se juntaram a 48 acionistas minoritários e fizeram um acordo para formar um bloco representando uma participação de 50,2% da Alliar, garantindo o controle do negócio.

O bloco, então, deu início a uma negociação com Tanure, que culminou com o anúncio de um acordo em dezembro: o empresário compraria a fatia deste bloco pagando R$ 20,50 por ação – quase o dobro dos R$ 11,50 que a Rede D’Or havia proposto, e o equivalente a R$ 1,27 bilhão.

No entanto, o acordo previa que a compra poderia ser parcelada – uma parte agora e o restante num período de até dois anos.

O formato da proposta desagradou os minoritários da Alliar que ficaram fora do bloco de controle, porque eles viram o acordo como uma tentativa de burlar uma regra que obrigaria Tanure a comprar a empresa inteira pelo mesmo valor proposto aos 50 acionistas.

Não por acaso, no dia seguinte ao anúncio do acordo, em dezembro, a ação da companhia caiu 20,4%, refletindo a venda do papel por investidores que tinham comprado a ação esperando que a empresa fosse adquirida na íntegra pelo empresário.

Tanure rebateu acusação

Diante da repercussão negativa, a MAM Asset Management, gestora que representa Tanure na operação, chegou a divulgar um comunicado rebatendo a acusação.

Segundo a gestora, o acordo prevê a possibilidade de o empresário assumir o controle da empresa de imediato, mas incluiu a hipótese de parcelamento apenas para permitir a permanência dos acionistas do atual bloco de controle, “haja vista a sua importância para o desenvolvimento da companhia e a crença no seu potencial de crescimento”.

A MAM também reiterou que, se Tanure adquirir mais da metade do capital social da Alliar, “adotará imediatamente as medidas necessárias à realização de Oferta Pública de Aquisição de Ações”, conforme diz a legislação.

Conforme destacou a gestora no comunicado divulgado, o acordo “prevê a aquisição de até a totalidade de ações do bloco de controle”, mas não de todas. A oferta aos minoritários só seria obrigatória se Tanure aumentasse sua participação na Alliar para mais de 50%. Hoje, ele detém 27,60% da companhia.

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