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Agora vai? Braskem (BRKM5) dispara após notícias sobre venda de fatia da Novonor

Disparada acontece após notícia de que gestora americana Apollo Capital quer comprar fatia na empresa

Braskem (BRKM5). Foto: Reinaldo Canato

Em um dia de queda para o Ibovespa, uma ação que faz parte do índice e despontava no sentido contrário era a da Braskem (BRKM5). Às 11h40 (de Brasília), a petroquímica tinha uma valorização de 7,03% enquanto o índice recuava 0,15%. Essa disparada acontece após as notícias de que a empresa recebeu uma proposta de R$ 13,6 bilhões da gestora americana Apollo Capital pela fatia da Novonor (antiga Odebrecht) na Braskem.

Segundo o jornal Valor Econômico, a oferta é de R$ 44,57 por ação da petroquímica, e abrangeria os 38,3% do capital social da Braskem que é da Novonor. Além disso, o jornal afirma que a  Unipar e a J&F, holding dos irmãos Wesley e Joesley Batista, também estão de olho na fatia da Novonor.

Para além destas, o Estadão apurou com fontes que acompanham o negócio que a transação não deve ter muitos competidores por conta do “tamanho do cheque estimado pela empresa, de cerca de R$ 40 bilhões”. Além da Apollo Capital, entre os nomes que estão analisando o negócio estão fundos como o Starboard e o Advent.

No meio desse imbróglio, a Braskem afirmou por meio de fato relevante divulgado na CVM (Comissão de Valores Imobiliários) na manhã desta quinta-feira (7) que “não é parte das eventuais discussões dos acionistas sobre vendas de participações acionárias”.

No mês passado, foi divulgado também pelo Valor Econômico que o BTG Pactual (BPAC11) estava interessado em entrar na Braskem comprando R$ 15 bilhões em dívidas da Novonor garantidas por ações da Braskem.

A fatia da Novonor na Braskem pode custar caro aos eventuais compradores porque a empresa possui 50,1% do capital votante da petroquímica, e a venda desta participação controladora teria de ser estendida aos demais acionistas da companhia.

Este é o principal motivo para as ações da Braskem subirem quando surgem notícias de venda da parcela da Novonor a investidores privados. Hoje, cerca de 35% do capital social da Braskem circula no mercado na forma de ações – mas os papéis nas mãos dos investidores representam apenas 2,9% do capital votante.

História antiga

A Novonor está tentando vender sua participação na petroquímica faz algum tempo. No início de dezembro, a companhia informou ao mercado que planejava fazer o desinvestimento, mas não havia decidido se seria por inteiro ou parcial.

Posteriormente, ela e a Petrobras tentaram vender no mercado as fatias que possuem na Braskem, mas desistiram por acharem que os investidores estavam pagando pouco pelas ações.

No caso da Petrobras, a venda da fatia na Braskem faz parte do desinvestimento em atividades não essenciais para sua operação, processo iniciado há alguns anos para reduzir o endividamento da companhia.

Já para a Novonor, o follow-on representaria a injeção de capital para que a companhia conseguisse sair da recuperação judicial, uma vez que possui altas dívidas com grandes credores, como Itaú, Bradesco e Santander.

Não é de hoje que a antiga Odebrecht estuda a venda de sua fatia na Braskem. Em agosto de 2021, o Estadão divulgou que tanto a controladora da empresa como a Petrobras (PETR4), que também detém participação na petroquímica, estavam interessadas em alienar suas fatias.

Na época, a petroleira informou que não havia qualquer decisão a respeito do desinvestimento na Braskem, mas que já tinha contratado o J.P. Morgan para assessoramento financeiro de um eventual follow on.

Anteriormente a tudo isso, em 2019, a Odebrecht quase vendeu sua fatia na Braskem para a companhia holandesa LyondellBasell, mas a negociação não deu certo porque a primeira estava envolvida em uma série de notícias negativas por conta da operação Lava Jato.

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