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Ações do Brasil estão descoladas do exterior, e isso é bom, diz gestor da Franklin Templeton

Melhora na perspectiva econômica brasileira abre espaço para valorização maior das ações, que estão com desconto em relação à média histórica

Foto: Shutterstock

O movimento de preço das ações no Brasil está divergindo do observado nas Bolsas internacionais, e isso pode representar o início de um cenário “bastante positivo” para o mercado local, segundo Frederico Sampaio, diretor de investimentos de renda variável da Franklin Templeton no Brasil.

Em relatório mensal, ele mencionou que em agosto, enquanto o Ibovespa subiu 6,16% e a curva de juros se deslocou para baixo, nos países desenvolvidos as bolsas recuaram de 4% a 5%, enquanto as taxas de juros dos títulos da dívida dos Estados Unidos subiram para perto de 3% ao ano.

“O que nos chama atenção é o forte fluxo de entrada de investidores estrangeiros na bolsa local, que totalizou em torno de R$ 16 bilhões no último mês. Essa entrada mais recente foge ao padrão do fluxo coincidente com a valorização das commodities”, afirmou Sampaio.

Segundo ele, o que explica esse interesse maior dos estrangeiros pelo Brasil é o fato de, por aqui, os dados positivos sobre a atividade econômica terem motivado uma onda de revisões para cima nas expectativas de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto).

A isso se somam revisões para baixo nas previsões para a inflação de 2022 e de 2023 e a perspectiva crescente de um corte nas taxas de juros no início do ano que vem.

Estes fatores, segundo Sampaio, ofuscam eventuais prejuízos aos resultados das empresas brasileiras decorrentes da queda nos preços das commodities.

“O PIB mais forte combinado com menores taxas de juros acarretariam revisões para cima dos lucros das empresas ligadas ao mercado doméstico. Com isso, o cenário ficaria bastante positivo para a bolsa local. Em contrapartida, a indefinição fica por conta do cenário após a eleição presidencial que se aproxima”, avaliou.

O gestor considera que a Bolsa brasileira está historicamente barata. Mesmo com o avanço do Ibovespa em agosto, a relação entre o preço das ações e o lucro projetado das empresas está em 6,3 vezes, índice bem inferior à média de 11,5 vezes, segundo Sampaio.

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