As ações da JSL (JSLG3) subiam 2,76% por volta das 12h, mesmo depois de a companhia reportar queda no lucro do segundo trimestre. O movimento da ação contraria o do principal índice da Bolsa brasileira, o Ibovespa, que caía 0,39% no mesmo horário.
Entre abril e junho deste ano, a JSL apresentou uma receita líquida de R$ 1,43 bilhão, alta de 56% em relação ao mesmo período de 2021. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) dobrou, para R$ 250,7 milhões, mas o lucro líquido recuou 23,8%, para R$ 34,2 milhões.
Segundo o analista Jader Lazarini, do TradeMap, o motivo para essa discrepância está no aumento dos custos da companhia, em particular na área financeira.
No último ano, a JSL aplicou R$ 1,2 bilhão em Capex (investimentos), pagou quase R$ 500 milhões em aquisições e aumentou o endividamento líquido em cerca de R$ 1 bilhão.
A geração de caixa da empresa absorveu parte desse aumento dos compromissos financeiros, mas o restante é o custo do crescimento. Se a JSL tivesse o cuidado de não ter aumentado a dívida líquida nessa proporção, o lucro líquido teria dobrado em relação ao segundo trimestre de 2021.
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O Itaú BBA avalia que o resultado da JSL foi “forte”, mesmo com o lucro menor, porque mostrou a capacidade da companhia de superar o cenário adverso de inflação. O volume de receita vinda de novos contratos, por exemplo, subiu a R$ 1,4 bilhão, o dobro do observado no primeiro trimestre.
“A JSL disse que 55% dos novos contratos estavam relacionados às operações na África do Sul, reforçando a estratégia de internacionalização da empresa”, disse o Itaú BBA, que reiterou a recomendação de compra das ações.