Com a tranquilização do ambiente político esperada para 2023, os volumes de negociação de ativos na Bolsa de valores brasileira devem crescer – impulsionando o lucro de sua operadora B3 (B3SA3), na avaliação de analistas do Santander, que passaram a classificar a ação como outperform (ou seja, esperam desempenho superior à média do mercado).
Além de terem elevado a classificação do papel para o equivalente a uma recomendação de compra, os analistas também aumentaram seu preço-alvo para a ação para R$ 18, de R$ 13, o que representa alta de 29,5% em relação ao valor do papel no fechamento da última quinta-feira (13), de R$ 13,90.
Por volta das 12h30, repercutindo também a compra da empresa de dados sobre transações de veículos Datastock, anunciada pela B3 na noite de ontem, as ações figuravam entre as maiores altas do Ibovespa, subindo 1,87%, a R$ 14,16.
“Rebaixamos a B3 para neutra em abril, quando estávamos mais negativos com o nome devido à combinação de nossas estimativas menores para volumes, risco de concorrência e a forte performance da ação entre janeiro e abril”, relembram Henrique Navarro, Arnon Shirazi e Anahy Rios, analistas do banco, em relatório distribuído nesta sexta-feira (14).
Desde então, notam os analistas, o risco regulatório vem se mostrando mais leve do que o esperado, o risco de concorrência vem levando mais tempo para se materializar, e o banco passou a acreditar que um ambiente político mais positivo em 2023 poderia impulsionar o volume médio de negociação diária (ADTV).
Diante deste cenário, os analistas revisaram para cima suas estimativas de lucro líquido ajustado para a companhia nos próximos anos, com aumento de 2% na projeção para 2022 e de 10% para 2023. O ADTV de ações, por sua vez, deve ser de R$ 30 bilhões e R$ 33 bilhões em 2022 e 2023, respectivamente.
Para o terceiro trimestre, a projeção do banco é que a B3 reporte lucro líquido ajustado de R$ 1,095 bilhão, o que representa baixa de 10% na comparação com o segundo trimestre e de 15% contra o terceiro trimestre de 2021.
A margem Ebitda esperada é de 72,7%, enquanto a receita líquida deve subir 2% na comparação trimestral, impulsionada por um aumento em preços e volumes de negociação de renda fixa, moedas e commodities (FICC), apesar do menor ADTV de ações (o Santander projeta queda anual de 17% e contração trimestral de 9%).
Do lado negativo, o banco acredita que a companhia deverá reportar despesas operacionais maiores, devido principalmente ao aumento nas despesas com pessoal, resultado do aumento anual de salários. As despesas financeiras também devem crescer, na avaliação do Santander, refletindo o pagamento adiantado de uma debênture.
Confira as principais projeções do Santander para os resultados da B3.
Terceiro trimestre | 2022 | 2023 | |
Receita líquida | R$ 2,286 bilhões | R$ 9,224 bilhões | R$ 10,487 bilhões |
Ebitda | R$ 1,661 bilhão | R$ 6,844 bilhões | R$ 7,755 bilhões |
Margem Ebitda | 72,7% | 74% | 74% |
Lucro líquido ajustado | R$ 1,095 bilhão | R$ 4,774 bilhões | R$ 4,916 bilhões |
ADTV de ações | R$ 27,2 bilhões | R$ 30,1 bilhões | R$ 32,9 bilhões |
ADTV de FICC | R$ 4,6 bilhões | R$ 4,6 bilhões | R$ 5,2 bilhões |
Fonte: Santander |