3R Petroleum (RRRP3): preço de ação desconsidera alta de produção, diz BofA; papel sobe cerca de 10%

Banco inicia cobertura da ação com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 90

Foto: Shutterstock/T. Schneider

O preço atual da ação da 3R Petroleum (RRRP3) não leva em conta o potencial de a companhia aumentar sua produção de petróleo e gás natural em ativos maduros, segundo analistas do Bank of America (BofA). De acordo com o banco, a empresa deve se beneficiar de melhorias em sua governança corporativa e no ambiente regulatório para petrolíferas independentes.

“Estimamos que o preço atual da ação da 3R considera apenas o fluxo de caixa da base de reservas PDNP (Reservas Provadas, Desenvolvidas e Não Produzindo) da companhia, e não inclui o importante upside que esperamos das reservas provadas e prováveis que ainda não foram desenvolvidas”, afirmam Leonardo Marcondes e Frank McGann, analistas do banco americano.

O banco aponta também que o preço da ação é atrativo mesmo considerando cenários piores para cotação de petróleo, opex (despesas operacionais) e capex (despesas de capital), e que o patamar atual do papel significa um grande desconto na comparação com outras petroleiras da América Latina.

Diante disso, os analistas iniciaram a cobertura das ações da 3R com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 90, o que corresponde a alta de 137% em relação ao valor do papel no fechamento da segunda-feira (3), de R$ 38,05.

Por volta das 13h45 desta terça (4), as ações lideravam as valorizações dentre os integrantes do Ibovespa, subindo 10,43%, a R$ 42,02.

Na avaliação do BofA, a 3R, petrolífera que opera no desenvolvimento de campos maduros de petróleo e gás natural, deve mudar o foco para a revitalização do portfólio atual da companhia, depois da aquisição de nove campos. Assim, a expectativa dos analistas é que a percepção de risco do mercado sobre a ação caia, conforme a empresa aumenta a produção de seus campos.

A projeção do banco é que a produção da 3R passe dos 16,2 mil barris de óleo equivalente por dia (kboepd) atuais para 63,7 kboepd no fim de 2023 e 78,2 kboepd em 2024, tanto por meio da aplicação de técnicas de redesenvolvimento e revitalização quanto pelo início de operação de ativos adquiridos recentemente.

Para 2026, quando o banco espera que a companhia já estará operando todos seus ativos, a produção deve chegar a 98,2 kboepd.

Essa forte expectativa de crescimento, de acordo com o BofA, é ancorada no potencial de a 3R elevar o fator de recuperação de campos maduros, na experiência do time de gestão da companhia na revitalização e no redesenvolvimento destes campos e no fato de a maior parte das reservas da empresa ser provada.

Devido à estratégia da Petrobras (PETR4) de não investir em seus campos onshore nas últimas décadas, o fator de recuperação dessas áreas é, atualmente, menor do que a média global. A título de ilustração, os campos Recôncavo e Potiguar, onde a 3R concentra a maior parte de seus ativos, têm fatores de recuperação de 26% e 16%, respectivamente, contra a média global de 35%. “Isso, na nossa visão, demonstra o potencial da 3R de melhorar a reserva de seus ativos”, dizem os analistas.

Além do aumento de produção, as melhorias recentes na governança corporativa também devem jogar a favor da 3R daqui para frente, diz o banco, com diretoria e conselho com ampla experiência no setor.

Por fim, mudanças regulatórias, como o programa REATE (Programa de Revitalização da Atividade de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural em Áreas Terrestres), criado para promover a atividade onshore de petróleo e gás no Brasil, e a abertura do mercado de gás, que tem como objetivo atrair novos investidores, aumentar a concorrência e oferecer incentivos para reduzir custos de produção, também devem beneficiar a companhia.

Os principais riscos para a tese de investimento, segundo o BofA, porém, são preços de petróleo mais fracos do que o esperado; dificuldades técnicas na operação, levando a opex e capex mais altos do que o previsto; uma performance menos favorável das reservas; a aquisição de novos campos antes do aumento de produção de ativos já adquiridos; e o risco Brasil.

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