O que aconteceu no mercado em março e as principais altas e baixas da bolsa

Março foi um mês de intensa atividade nos mercados financeiros, marcado por uma série de eventos e divulgações impactantes. Vamos explorar o que aconteceu no mercado e as principais movimentações na bolsa de valores, confira:

Política monetária

O mercado financeiro foi impactado por diversos eventos e divulgações importantes no Brasil. Um dos destaques foi a prévia da inflação de março, medida pelo IPCA-15, que superou as expectativas dos analistas ao registrar um aumento de 0,36% no mês, impulsionado principalmente pelo grupo Alimentação e Bebidas.

No entanto, apesar do aumento, houve uma desaceleração em relação ao mês anterior. Essa perspectiva de inflação em alta contribuiu para a atitude mais cautelosa do Banco Central (BC), conforme indicado na ata do Copom. O BC sinalizou que poderá adotar um ritmo mais lento de cortes na taxa Selic, atualmente em 10,75% ao ano, por causa das incertezas em torno do cenário inflacionário.

Além disso, o Boletim Focus divulgado pelo BC mostrou revisões nas projeções econômicas, com redução na expectativa de inflação para os próximos anos e aumento na previsão de crescimento do PIB para 2024.

Esses eventos, juntamente com a divulgação de balanços corporativos, contribuíram para a volatilidade nos mercados financeiros.

IPCA-15

Como citado anteriormente, o IPCA-15 de março de 2024 registrou uma variação de 0,36%, uma desaceleração em relação à alta de 0,78% observada em fevereiro. No entanto, o índice ainda ficou levemente acima das expectativas do mercado financeiro.

Com esse resultado, a taxa em 12 meses da prévia da inflação recuou para 4,14%, abaixo dos 4,49% do mês anterior e abaixo do teto da meta estimada para o ano, que é de 4,50%.

O destaque do IPCA-15 de março foi o grupo Alimentação e Bebidas, que apresentou um avanço de 0,91%, impactando o índice geral em 0,19 ponto porcentual. Entre os itens que mais contribuíram para essa alta estão a cebola (16,64%), o ovo de galinha (6,24%), as frutas (5,81%) e o leite longa vida (3,66%). Por outro lado, alguns itens apresentaram queda, como a batata-inglesa (-9,87%), a cenoura (-6,10%) e o óleo de soja (-3,19%).

Dentro do grupo Transportes, houve uma queda significativa na passagem aérea (-9,08%), enquanto a gasolina teve o maior impacto positivo (2,39%).

Outros destaques do IPCA-15 de março incluem a desaceleração nos setores de saúde e cuidados pessoais, habitação e educação, bem como deflações em artigos de residência, vestuário, despesas pessoais e comunicação.

Superquarta

Na quarta-feira, 20 de março, o Federal Reserve optou por manter a taxa de juros entre 5,25% e 5,5%, uma decisão amplamente antecipada pelo mercado. No entanto, o destaque foi a comunicação do comitê, que indicou a projeção de três cortes de juros ao longo de 2024. O presidente do Fed, Jerome Powell, enfatizou a necessidade de mais dados para avaliar se a inflação está convergindo para a meta de 2%, reafirmando a dependência dos próximos passos da política monetária em relação aos indicadores econômicos.

Uma surpresa marcante ocorreu no Japão, onde o Banco Central decidiu realizar a primeira elevação da taxa de juros em 17 anos, encerrando um ciclo de mais de meia década de juros negativos.

Principais altas e baixas da bolsa

As principais ações do Ibovespa (IBOV) que se destacaram foram as seguintes:

• 3R PETROLEUM ÓLEO E GÁS (RRRP3) registrou alta de 3,47%.
• Petroreconcavo S/A (RECV3) apresentou aumento de 2,87%.
• Natura (NTCO3) teve valorização de 2,24%.

Por outro lado, as ações que registraram as maiores quedas foram:

• Vivo (VIVT3) sofreu uma queda de 2,84%.
• Grupo Casas Bahia (BHIA3) caiu 2,94%.
• CCR (CCRO3) teve uma baixa de 3,20%.

Perspectivas para abril

Globalmente, os EUA farão a divulgação do índice de preços para gastos com consumo pessoal (PCE) em abril, enquanto no Brasil existem planos para mudanças na meta fiscal e medidas para estimular o mercado imobiliário. 

Saiba mais sobre as perspectivas do mercado para o mês de abril aqui!

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