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Méliuz (CASH3) tem prejuízo 5 vezes maior e deve gerar pessimismo nos investidores

Companhia não consegue gerar caixa com as principais atividades, o que pode representar um risco para o investidor

Foto: Shutterstock/Brenda Rocha - Blossom

A Méliuz (CASH3) reportou prejuízo 5 vezes maior no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 18 milhões, de acordo com publicação noite de terça-feira (8).

O resultado surpreendeu negativamente as expectativas dos analistas, que já previam prejuízo. A XP estima que a companhia registraria perda de R$ 2 milhões; o Itaú BBA, de R$ 3 milhões; o BTG, de R$ 13 milhões; e a Genial Investimento, de R$ 14 milhões, chegando mais próximo do resultado.

Por outro lado, a receita da Méliuz mostrou evolução e teve expanção de 64% no terceiro trimestre em comparação a igual período de 2021. Isso foi reflexo do maior volume de vendas bruto (GMV) e novas receitas provenientes das aquisições.

No entanto, o alto custo operacional, que mais que dobrou para R$ 142,8 milhões, pesou nos resultados, e o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) gerado não foi positivo.

O que achamos?

A Méliuz tem enfrentado forte concorrência após gigantes como XP, Pagseguro, Banco Inter, entre outros, entrarem no segmento de cashback. Essa concorrência faz com que a empresa fique pressionada a oferecer maior parcela de retorno aos clientes.

Assim, os custos com cashback da Meliuz tendem a ser mais altos que antes e prejudicam o desempenho operacional da empresa. Por outro lado, o custo foi menor em comparação com trimestre imediatamente anterior, uma vez que take rate (margem de ganho com transações) foi maior.

As margens do período foram maiores em relação ao intervalo de janeiroIsso ocorreu porque o net take rate (líquida) subiu 0,3 ponto percentual, para 2,4%, e a receita líquida no Shopping Brasil – o marketplace da marca – foi 8% maior, aliviando um pouco os custos.

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O avanço da receita, porém, tem um ponto positivo e outro, nem tanto. Por um lado, a receita cresceu em comparação ao terceiro trimestre de 2021, por outro, a base de comparação é fraca, pois não havia receitas do Bankly, plataforma de serviços financeiros adquirida pela companhia em maio do ano passado.

Além disso, a empresa não mostrou evolução no segmento financeiro. O Bankly por exemplo teve uma receita líquida de R$ 20,8 milhões, o que poderia ser maior do que os R$ 7,4 milhões reportados no trimestre anterior.

Porém, esse valor de R$ 7,4 milhões representa apenas o mês de junho, enquanto o resultado do trimestre recente considera os três meses completos. Ou seja, o resultado do intervalor de julho a setembro seria de R$ 6,9 milhões por mês, o que seria inferior ao reportado no trimestre anterior.

Como o foco da Méliuz é a transição para o financeiro, esse também não contribuiu para evolução da empresa. As receitas com serviços financeiros foram 46% menores que a reportada no terceiro trimestre de 2021.

Portanto, a Méliuz não teve grande desempenho no intervalo de julho a setembro deste ano. Uma empresa que não consegue gerar caixa com a própria operação pode ser um risco para o investidor.

Como as ações devem reagir?

O fato de não gerar caixa e de a vertente financeira não desenvolver pode prejudicar o desempenho das ações no pregão desta quarta-feira. Por outro lado, o maior volume de vendas e o maior net take rate podem amenizar os danos diante dos investidores.

As ações devem abrir em queda no pregão. Os papéis da empresa apresentam queda acumulada em torno de 59% em 2022.

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*O Pré-Trade é publicado diariamente pela Agência TradeMap, sempre antes da abertura da Bolsa, e se propõe a indicar como investidores podem reagir no pregão em reação a alguma notícia ou fato novo que tenha relação com uma ação específica em sua carteira. O conteúdo se destina a fins informativos e não deve ser interpretado como nenhum tipo de recomendação de investimentos.

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