Os preços do petróleo só devem operar com regularidade abaixo dos US$ 100 por barril a partir do segundo trimestre do ano que vem, visto que a demanda pela commodity deve continuar crescendo mais rápido que a oferta ao longo dos próximos meses. A previsão é do banco suíço UBS.
Quem acompanhou o mercado de petróleo recentemente notou que a cotação da commodity parece ter entrado numa montanha-russa. O preço saiu de US$ 113,50 por barril em 3 de julho para pouco menos de US$ 100 em alguns momentos dos últimos pregões.
Hoje, perto do horário de fechamento do mercado, o valor do petróleo tipo Brent – que serve como referência internacional – subia 5% na ICE, para US$ 105,68 o barril.
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O UBS ressaltou que recentemente aumentaram as preocupações com a possibilidade de a economia mundial entrar em recessão, arrastando para baixo o consumo de petróleo e, junto com ele, os preços da commodity.
O banco pondera que, na prática, a situação é diferente. Em relatório no qual eleva as previsões para a cotação do petróleo, o UBS diz que a demanda continua firme, e que os problemas na verdade estão do lado da oferta, que enfrenta dificuldades para crescer.
“Esperamos um mercado apertado até o final do ano, com a capacidade ociosa caindo para níveis menores que o normal, para aproximadamente 3 milhões de barris por dia no quarto trimestre de 2022, antes de se recuperar levemente a partir de 2023”, quando novas linhas de produção devem começar a operar, acrescentou.
Previsões do UBS para os preços do petróleo
Período | Previsão Anterior | Previsão Atual |
2022 | US$ 95 | US$ 104 |
2023 | US$ 85 | US$ 95 |
2024 | US$ 80 | US$ 85 |
2025 | US$ 75 | US$ 80 |
2026 em diante | US$ 75 | US$ 75 |
O banco aponta que a produção da Rússia, que supostamente deveria cair após as várias sanções econômicas aplicadas ao país, manteve um nível mais alto que o previsto – o que em tese justificaria a queda nos preços do petróleo.
No entanto, a previsão do UBS é que a Rússia sinta com força o efeito das punições econômicas vindas da União Europeia somente a partir do fim deste ano, o que deve contribuir para sustentar os preços em níveis altos por mais tempo.
O banco aponta que se a demanda por petróleo crescer menos que o esperado ou se a produção da Rússia continuar nos níveis atuais por mais tempo, os preços do petróleo podem cair para a faixa de US$ 80 a US$ 90 por barril mais rapidamente.
“No entanto, achamos que a pequena capacidade ociosa limita o risco de queda. Por outro lado, um cenário de maiores problemas nas exportações russas pode levar os preços do petróleo a subir mais, para US$ 150 por barril”, acrescentou.