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Para onde vão os juros nos EUA? Para ex-Fed, alta das taxas deve desacelerar em setembro

Para William Dudley, ex-presidente do Federal Reserve de Nova York, monitoramento de salários será essencial para política monetária

Foto: Shutterstock

O ex-presidente do Federal Reserve de Nova York William Dudley afirmou nesta quinta-feira (18), no evento MacroDay BTG Pacual, que acredita em uma redução de ritmo de alta nos juros pelo banco central americano a partir do encontro de setembro.

Na avaliação dele, o Federal Reserve está próximo dos juros neutros (ou seja, da taxa de equilíbrio para nem estimular demais nem restringir demais a economia), e indicou na ata da última reunião, publicada nesta quarta (17), que está mais dependente de dados macroeconômicos para tomar suas decisões.

O CPI (índice de preços ao consumidor) dos EUA em julho, que foi divulgado após a última reunião, mostrou estabilidade, o que pode deixar o Fed mais confortável para reduzir o passo dos aumentos na taxa.

“O Federal Reserve está próximo dos juros neutros, e agora vai ter mais dependência de dados, provavelmente com a possibilidade de reduzirem o ritmo para 50 pontos-base”, afirmou. “Essa dependência de dados vai calibrar o quanto é possível fazer com uma política monetária restritiva.”

Na avaliação dele, as pressões sobre a inflação americana, a maior em quatro décadas, vêm de todos os lados, e não ficaram para trás a despeito da queda dos preços de energia.

“A inflação nos Estados Unidos está muito alta, bem maior do que nos últimos seis meses. As pressões não vêm somente das cadeias de suprimentos. O Fed tem muito trabalho a fazer”, afirmou.

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Salários darão o tom

Para Dudley, os próximos dados sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos, que está bastante aquecido e levanta preocupações sobre os rumos da inflação, serão essenciais para que os membros do Fed possam decidir sobre política monetária.

O banco central americano possui um duplo mandato: além de combater a inflação, tem a meta também de promover o pleno emprego.

“O que vai acontecer com salários? No final do dia, isso é o que vai determinar o que vai acontecer”, declarou. “As expectativas de inflação estão altas e podem contribuir para aumento dos salários, e aí se perde o controle.”

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