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Consumo nos EUA cresce menos que previsto em maio – e isso afeta cenário para juros

Consumo nos EUA cresce menos que previsto e mercado reduz aposta em alta de juros agressiva pelo Fed no final de julho

Foto: Shutterstock

A renda e a inflação medida com base no consumo dos Estados Unidos vieram em linha com o que o mercado previa em maio, mas o consumo desacelerou no período e afetou a expectativa dos investidores em relação à trajetória dos juros no país.

O governo americano divulgou mais cedo que a renda da população teve alta mensal de 0,5% em maio – mesmo ritmo de alta observado em abril.

Ao mesmo tempo, apontou que a inflação medida pelo PCE, o índice de preços preferido do Federal Reserve (banco central do país) foi de 6,3% nos 12 meses até maio, inalterada em relação ao mês anterior.

O consumo nos EUA, no entanto, cresceu 0,2% no mês passado, uma desaceleração na comparação com abril, quando tinha aumentado 0,6%.

Segundo dados divulgados pelo Wells Fargo, o mercado esperava alta de 0,5% na renda, um aumento levemente maior no consumo – de 0,4% – e uma inflação um pouco maior do que a divulgada – de 6,4%.

A desaceleração mais intensa no consumo levou os investidores a rever as apostas sobre a trajetória da taxa básica de juros dos EUA.

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De acordo com dados do CME Group, na quarta-feira (29) o mercado via 87% de probabilidade de os juros do país aumentarem em 0,75 ponto porcentual no final de julho. Após os indicadores publicados hoje, essa taxa caiu para 76%.

Em paralelo, os investidores passaram a esperar uma probabilidade maior de os juros subirem 0,50 ponto porcentual, com essa probabilidade saindo de 12% para 24%.

O Wells Fargo explica a reação do mercado: “A inflação elevada continua pesando sobre o poder de compra dos consumidores. Quanto mais tempo a inflação persistir, mais difícil será para os consumidores manterem os gastos.”

A diminuição do consumo é um fator que pesa contra a inflação. Com menos demanda, os preços tendem a ter mais dificuldade de subir. Como o Fed está aumentando os juros exatamente para conter a inflação, se o consumo arrefece, diminui também a necessidade de as taxas continuarem crescendo.

O Wells Fargo ressalta que, até o momento, os consumidores dos EUA estão recorrendo à poupança ou ao crédito para manter o padrão de gastos, mas que isto deve durar pouco. “Os consumidores terão capacidade de fazer isso por algum tempo, mas isso claramente não é tão sustentável como fonte de consumo quanto o crescimento da renda.”

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