BCE mantém política monetária e eleva previsão do PIB e da inflação

As principais taxas de juros continuam zeradas e a compra de títulos no ritmo acelerado.

O Banco Central Europeu (BCE) optou por manter sua política monetária inalterada após reunião desta quinta-feira, 10. Com isso, a compra de títulos de emergência deve permanecer agressiva e os custos de empréstimos próximos de zero. 

De acordo com o comunicado, as principais taxas de juros do BCE, que são a de refinanciamento e a de depósito, permanecem em 0% e -0,5%, respectivamente. 

“O Conselho do BCE espera que as taxas de juro oficiais continuem nos níveis atuais, ou mais baixos, até ver uma convergência sólida das perspectivas de inflação para um nível suficientemente próximo, embora inferior, de 2% no horizonte.” 

Já o Programa de Compras de Emergência na Pandemia (PEPP) também continua com valores de alocação na casa dos € 1,85 bilhão pelo menos até o final de março de 2022, conforme anunciado anteriormente. 

O BCE esclarece que o PEPP passa por revisões com base numa avaliação conjunta das condições de financiamento e das perspetivas de inflação, de modo que as compras de ativos sejam flexíveis. Em março, por exemplo, houve aceleração na quantidade de papéis adquiridos pelo banco. 

Outro programa que não teve alterações foi o de compra de ativos (não emergencial, neste caso). A um ritmo mensal de € 20 bilhões, as € 120 bilhões de compras do programa serão realizadas “pelo tempo que for necessário”, reafirmou a autoridade monetária.

Inflação e PIB 

Na mesma reunião, o BCE elevou suas projeções para a inflação na Zona do Euro e para o Produto Interno Bruto deste e do próximo ano. 

No chamado “cenário básico”, o BCE prevê um crescimento de 4,6% para o PIB em 2021, ante os 4% esperados em março. Para 2022, o crescimento estimado é de 4,7% frente aos 4,1% anteriores. 

A presidente do BCE, Christine Lagarde, afirmou que a instituição considera os riscos de expansão do PIB “amplamente equilibrados”, enquanto na avaliação anterior os riscos eram negativos.

Já a pressão dos preços passou por uma mudança radical, devido ao impulso das commodities visto nos últimos tempos. Com isso, a inflação prevista para 2021 na Zona do Euro é de 1,9%, contra 1,5% em março. 

Para 2022, a estimativa é de 1,5% frente aos 1,2% anteriores. 

Ainda assim, nos dois casos a alta dos preços não encosta na meta de inflação calculada pelo BCE, que é de 2%.

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