Ibovespa rompe 148 mil pontos com corte de juros nos EUA e balanços fortes

Fonte: Shutterstock/Bigc Studio

O Ibovespa encerrou a quarta-feira (29) em alta de 0,82%, aos 148.633 pontos, marcando o maior fechamento histórico do índice e chegando a tocar os 149 mil pontos durante o pregão. O avanço foi impulsionado pela decisão do Federal Reserve (Fed) de cortar a taxa básica de juros dos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual, para o intervalo entre 3,75% e 4% ao ano, movimento que reforçou o otimismo global.

Apesar do corte, a decisão da autoridade monetária não foi unânime, refletindo o debate interno sobre os riscos de inflação e atividade econômica. O presidente Jerome Powell afirmou que novos cortes em dezembro não estão garantidos, já que a política monetária seguirá dependente da evolução dos próximos indicadores, muitos deles ainda suspensos devido ao shutdown do governo norte-americano, que paralisa parte das agências federais desde o início de outubro.

O alívio nos juros dos EUA favoreceu os mercados emergentes e deu novo impulso à Bolsa brasileira, com destaque para o setor financeiro, que avançou em bloco. O Santander Brasil (SANB11) subiu 1,60% após divulgar lucro líquido gerencial de R$ 4 bilhões no terceiro trimestre, alta de 9,6% frente ao trimestre anterior e de 9,4% em relação a 2024, superando as expectativas do mercado. O resultado foi sustentado por eficiência operacional, controle de custos e melhora gradual da carteira de crédito, embora a inadimplência acima de 90 dias tenha subido para 3,4%.

Analistas avaliaram o balanço como positivo, mas ainda com cautela, destacando o avanço na rentabilidade e o potencial de valorização das ações, mas mantendo preferência por Itaú e Bradesco no curto prazo. O Santander é visto como um banco em processo de recuperação gradual, com fundamentos mais sólidos, mas ainda sensível ao cenário macroeconômico.

O Bradesco (BBDC4), que divulgará seu balanço após o fechamento, também foi destaque, com alta de 3,24%. As projeções indicam lucro recorrente de cerca de R$ 6,3 bilhões e ROE de 14,6%, sustentados por digitalização, foco em clientes de alta renda e redução de custos. O banco é visto como um dos que mais avançam em recuperação no setor, acumulando valorização superior a 75% em 2025.

Entre as empresas fora do setor financeiro, a Hypera (HYPE3) esteve entre as maiores altas do índice, com ganho de 4,84% após divulgar lucro líquido de R$ 453,9 milhões no terceiro trimestre, avanço de 22,6% em relação ao mesmo período de 2024. O resultado reforçou o bom momento operacional e as expectativas para o lançamento de novos produtos, incluindo medicamentos à base de semaglutida, voltados ao mercado de emagrecimento.

A Vale (VALE3) também contribuiu para o avanço do índice, subindo 1,82% com a valorização do minério de ferro na China. A mineradora reafirmou metas de aumentar a produção a partir do reaproveitamento de rejeitos, em linha com seu plano de mineração circular.

Entre as quedas, Marfrig (MRFG3) recuou 7,84%, devolvendo ganhos da véspera após ajustes em parceria no Oriente Médio. Auren Energia (AURE3) caiu 2,99%, pressionada por realização de lucros e aumento no aluguel de ações, enquanto Vibra (VBBR3) recuou 1,59%, mesmo após relatório positivo do BB Investimentos.

No campo político e comercial, o Senado dos EUA aprovou um projeto que revoga as tarifas impostas por Donald Trump ao Brasil, em um gesto visto como tentativa de reaproximação diplomática após o encontro entre Trump e Lula na cúpula da APEC. A notícia animou investidores e impulsionou a Gerdau (GGBR4), que avançou 4,28% diante da expectativa de fim das tarifas sobre o aço brasileiro.


As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:


Altas

• Pão de Açúcar (PCAR3): +5,63%

• Hypera (HYPE3): +4,84%

• Gerdau (GGBR4): +4,28%

• Gerdau Metalúrgica (GOAU4): +4,05%

• BTG (BPAC11): +3,36%


Baixas

• Marfrig (MBRF3): -7,84%

• Auren (AURE3): -2,99%

• Minerva (BEEF3): -2,96%

• Vamos (VAMO3): -1,84%

• Braskem (BRKM5): -1,69%


Confira a evolução do IBOV no fechamento de hoje (29/10):

• Segunda-Feira (27): +0,55%

• Terça-Feira (28): +0,31%

• Quarta-Feira (29): +0,82%

• Na semana: +1,68%

• Em outubro./2025: +1,64%

• No 4°tri./25: +1,64%

• Em 12 meses: +13,69%

• Em 2025: +23,57%


EUA

Os principais índices de Nova York encerraram o dia sem direção única:

• Dow Jones: -0,16%

• Nasdaq: +0,55%

• S&P 500: 0,00%


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