Ibovespa retoma os 139 mil pontos com dados do Caged e foco em juros

Fonte: Shutterstock/Quality Stock Arts

O Ibovespa avançou 1,04%, aos 139.206 pontos, nesta quarta-feira (27), retomando o patamar dos 139 mil pontos não visto desde o início de julho. A alta ganhou força na parte da tarde, após a divulgação dos dados do Caged, que mostraram a criação de 129,7 mil vagas formais em julho, abaixo da expectativa de 136 mil e do ritmo de junho (167 mil), indicando desaceleração do mercado de trabalho e reforçando a leitura de que pode haver espaço para juros mais baixos no futuro.

Apesar da atividade mais fraca pesar sobre empresas listadas, investidores enxergam que a renda fixa perde atratividade em um cenário de Selic em queda, o que favorece o mercado de ações. No câmbio, o dólar Ptax subiu 0,39%, a R$ 5,4428.

No front internacional, persistem incertezas em torno da política monetária dos EUA. O presidente Donald Trump intensificou pressões sobre o Federal Reserve, com a polêmica tentativa de demitir a diretora Lisa Cook, ampliando receios sobre a independência da autoridade monetária. Investidores aguardam ainda dados do PIB e da inflação americana, além do balanço da Nvidia, que pode ditar o humor do setor de tecnologia global.

No Brasil, o ministro Fernando Haddad disse que o tarifaço de Trump sobre exportações brasileiras terá impacto limitado, mas reconheceu que alguns setores serão mais afetados. Ele também defendeu a aprovação do corte de 10% em benefícios fiscais ainda neste ano.

Já o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reiterou que a Selic em 15% deve ser mantida por “um período prolongado”, diante da convergência lenta da inflação. Apesar disso, destacou que a economia brasileira segue resiliente, com desemprego em mínimas históricas e projeção de crescimento de até 2,5% em 2025, resultado que surpreende mesmo com juros altos.

Entre os destaques corporativos, a São Martinho (SMTO3) avançou 4,61% após o Citi elevar a recomendação de neutra para compra, destacando a resiliência operacional da companhia e a flexibilidade de produção entre açúcar e etanol. A Petrobras (PETR4) subiu 0,76%, apoiada nas projeções de maior produção de petróleo no terceiro trimestre, enquanto a Braskem (BRKM5) disparou 5,79% com a notícia de que a IG4 Capital recebeu exclusividade de 90 dias para negociar créditos da Novonor, movimento que pode destravar o impasse societário da petroquímica.

O setor de combustíveis também teve bom desempenho, com a Vibra (VBBR3) e Raízen (RAIZ4) subindo 4,09% e 3,92%, respectivamente, beneficiadas pelas restrições impostas à Petrobras nas exportações de diesel, o que abriu espaço para maior participação das distribuidoras privadas.


As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:


Altas

• Braskem (BRKM5): +5,79%

• São Martinho (SMTO3): +4,61%

• Vibra (VBBR3): +4,09%

• Raízen (RAIZ4): +3,92%

• Vamos (VAMO3): +3,86%


Baixas

• Auren (AURE3): -1,66%

• Embraer (EMBR3): -1,15%

• Telefônica (VIVT3): -1,05%

• Pão de Açúcar (PCAR3): -0,83%

• CPFL Energia (CPFE3): -0,56%


EUA

Os principais índices de Nova York encerraram o dia em alta:

• Dow Jones: +0,32%

• Nasdaq: +0,21%

• S&P 500: +0,24%


Para acompanhar mais notícias do mercado financeiro, baixe ou acesse o TradeMap.

Compartilhe:

Mais sobre:

Leia também:

Destaques Econômicos – 27 de agosto

Nesta quarta-feira (27) o calendário econômico traz atualizações relevantes que podem impactar os mercados. Veja os principais eventos do dia e suas possíveis consequências: 08:30

Mais lidas da semana

Uma newsletter quinzenal e gratuita que te atualiza em 5 minutos sobre as principais notícias do mercado financeiro.