Ibovespa resiste a tensões e fecha em alta com foco no IOF e cenário político

Shutterstock/SynthEx

O Ibovespa fechou em leve alta de 0,04% nesta quinta-feira (17), aos 135.565 pontos, em um dia marcado pelas tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos, e o retorno do IOF. O mercado mostrou resiliência e manteve o tom positivo, impulsionado por expectativas sobre os resultados corporativos do segundo trimestre.

O mercado operou após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que restaurou a cobrança do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) conforme a versão original do decreto presidencial. A medida, que havia sido suspensa pelo Congresso, voltou a valer com efeito retroativo, atingindo operações realizadas desde 27 de junho. A mudança aumentou a atenção dos investidores sobre o impacto tributário em operações de crédito, câmbio e investimentos, reacendendo debates sobre segurança jurídica e ambiente regulatório.

No campo internacional, as tensões entre Brasil e Estados Unidos voltaram ao centro do noticiário após o presidente Lula afirmar que não vê risco de crise diplomática, mas deixou claro que o Brasil está disposto a negociar, não a aceitar imposições. Lula txambém defendeu a taxação de empresas digitais americanas, rebatendo acusações feitas por Trump sobre censura e interferência em liberdade de expressão. Para o presidente brasileiro, trata-se de uma defesa da soberania nacional e da equidade tributária.

Diante do novo cenário, a Petrobras afirmou que poderá redirecionar parte das exportações de petróleo para mercados na Ásia, caso as tarifas dificultem as vendas para os EUA. A presidente da estatal, Magda Chambriard, minimizou o impacto da medida e afirmou que os embarques para o mercado americano representam uma fatia pequena da receita da empresa. Ainda assim, as ações da Petrobras (PETR4) recuaram 1,01% no pregão.

Na outra ponta, empresas como Weg (WEGE3) e Prio (PRIO3) avançaram com força. Os papéis da Weg subiram 2,36% com os investidores posicionando-se antes da divulgação dos resultados do segundo trimestre, marcada para a próxima quarta-feira (23). Já a Prio teve alta de 2,15% após o Ibama recomendar a aprovação da Licença Prévia para o campo de Wahoo, que pode acrescentar 40 mil barris por dia à sua produção atual. A petroleira também anunciou uma captação de R$ 3 bilhões por meio de emissão de debêntures, o que reforça seu caixa para projetos futuros.

Outro destaque positivo foi o Pão de Açúcar (PCAR3), que liderou os ganhos do Ibovespa com alta de 6,52%, após a família Coelho Diniz aumentar sua participação acionária na companhia para 17,7%, contra 10% anteriormente. Desde o anúncio da nova composição societária, os papéis já acumulam valorização de 17,9%.

Nos Estados Unidos, os dados de vendas no varejo surpreenderam positivamente, com alta de 0,6% em junho — acima da expectativa de 0,2% —, totalizando US$ 720,1 bilhões. Apesar do número forte no mês, economistas avaliam que o consumo segue moderado no trimestre, em linha com um cenário de menor pressão inflacionária.

Por fim, o Senado americano aprovou o plano de Trump para cortar US$ 9 bilhões em gastos com ajuda externa e radiodifusão pública, incluindo a eliminação completa dos recursos para a Corporação de Radiodifusão Pública. A decisão marca mais uma vitória do presidente sobre o Congresso e reforça seu controle no segundo mandato.


As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:


Altas

• Pão de Açúcar (PCAR3): +6,52%

• Weg (WEGE3): +2,36%

• Prio (PRIO3): +2,15%

• Minerva (BEEF3): +1,89%

• Santander (SANB11): +1,81%


Baixas

• Hypera (HYPE3): -4,43%

• Ultrapar (UGPA3): -2,25%

• Vibra (VBBR3): -2,22%

• Gerdau Metalúrgica (GOAU4): -1,84%

• Rumo (RAIL3): -1,65%


EUA

Os principais índices de Nova York encerraram o dia em alta:

• Dow Jones: +0,52%

• Nasdaq: +0,74%

• S&P 500: +0,54%


Para acompanhar mais notícias do mercado financeiro, baixe ou acesse o TradeMap.

Compartilhe:

Mais sobre:

Leia também:

Destaques Econômicos – 18 de julho

Nesta sexta-feira (18) o calendário econômico traz atualizações relevantes que podem impactar os mercados. Veja os principais eventos do dia e suas possíveis consequências: 05:00

Mais lidas da semana

Uma newsletter quinzenal e gratuita que te atualiza em 5 minutos sobre as principais notícias do mercado financeiro.