Ibovespa recua com deflação e tensão no Fed dominando o cenário

Fonte: Shutterstock/Bigc Studio

O Ibovespa fechou em queda de 0,18%, aos 137.771 pontos, nesta terça-feira (26), pressionado por turbulências no cenário internacional e pelo debate sobre inflação no Brasil. O dólar Ptax avançou 0,08%, a R$ 5,4218, em meio à pressão de Donald Trump sobre o Federal Reserve e à divulgação do IPCA-15.

O mercado global reagiu à tentativa de Donald Trump demitir Lisa Cook, diretora do Fed. Trump a acusa de fraude hipotecária e afirmou não confiar em sua integridade, mas Cook se recusa a deixar o cargo, alegando que o presidente não tem autoridade legal para removê-la. O episódio abre caminho para uma batalha judicial que coloca em xeque a independência do Fed, em um momento em que cresce a pressão política por cortes de juros.

Apesar da incerteza, investidores ainda precificam 86% de chance de redução de 0,25 ponto percentual na taxa básica americana na reunião de setembro. A percepção é de que, caso Trump consiga remodelar o colegiado do Fed, a instituição poderá adotar um tom mais flexível, aumentando o risco de inflação no médio prazo.

No Brasil, o destaque foi a deflação de 0,14% no IPCA-15 de agosto, o primeiro resultado negativo em dois anos. O movimento foi puxado pela incorporação do Bônus de Itaipu nas contas de energia e pela queda dos alimentos, levando a inflação acumulada em 12 meses para 4,95%, abaixo de 5%. Apesar do alívio, analistas alertam que o núcleo segue pressionado e que os efeitos são em grande parte temporários.

Entre os destaques corporativos, o Pão de Açúcar (PCAR3) subiu 3,13%, registrando a maior alta do Ibovespa, empatado com a Minerva (BEEF3), que também avançou 3,13%. O movimento ocorre após a família Coelho Diniz elevar sua participação no GPA para 24,6% e solicitar a renovação do conselho de administração, ultrapassando o Casino como maior acionista individual.

Por outro lado, a Petrobras (PETR4) recuou 0,72%, acompanhando a queda do petróleo no mercado internacional, pressionada por novas tensões envolvendo Rússia e Índia.

Na ponta positiva, a Vibra Energia (VBBR3) avançou 3,11%, apoiada em relatório do BTG Pactual que reforçou projeções otimistas para o segundo semestre, com margens beneficiadas por tarifas e sanções no mercado global de combustíveis.


As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:


Altas

• Pão de Açúcar (PCAR3): +3,13%

• Minerva (BEEF3): +3,13%

• Vibra (VBBR3): +3,11%

• Banco do Brasil (BBAS3): +1,65%

• Ultrapar (UGPA3): +1,28%


Baixas

• MRV (MRVE3): -3,43%

• Raízen (RAIZ4): -2,86%

• Yduqs (YDUQ3): -2,45%

• Totvs (TOTS3): -2,29%

• PetroRecôncavo (RECV3): -2,06%


EUA

Os principais índices de Nova York encerraram o dia em alta:

• Dow Jones: +0,30%

• Nasdaq: +0,44%

• S&P 500: +0,41%

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