Ibovespa recua com balanços, tarifas dos EUA e Petrobras no radar

O Ibovespa abriu esta sexta-feira (8) em queda de 0,28%, aos 136.153 pontos, em um pregão marcado por múltiplos vetores. A agenda do dia concentra a atenção dos investidores nas teleconferências de resultados de grandes empresas, especialmente da Petrobras, ao mesmo tempo em que o mercado acompanha as discussões sobre o plano de contingência do governo para mitigar o impacto das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. No cenário internacional, repercutem as perdas recentes do petróleo e a escalada nas tensões geopolíticas envolvendo EUA e Rússia.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, afirmou que o plano de apoio aos setores mais atingidos pelo tarifaço deve ser anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva até a próxima terça-feira. Após reunião com o encarregado de Negócios dos EUA, Gabriel Escobar, Alckmin reiterou que o Brasil não pretende retaliar, defendendo o diálogo e sinalizando que temas como data centers, big techs e minerais estratégicos podem integrar futuras negociações bilaterais.

No mercado de commodities, o petróleo avança levemente, mas ainda caminha para registrar a maior perda semanal desde o fim de junho, refletindo preocupações com o impacto econômico das novas tarifas. Já os preços mundiais de alimentos atingiram, em julho, o maior nível em mais de dois anos, segundo a FAO, impulsionados por óleos vegetais e carne, enquanto cereais, laticínios e açúcar recuaram.

A tensão geopolítica também contribui para a cautela. O presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou impor novas sanções à Rússia caso não haja avanços em um possível cessar-fogo na guerra da Ucrânia e indicou Stephen Miran para um mandato temporário no Federal Reserve até janeiro de 2026, reforçando a expectativa de cortes de juros no país. O mercado acompanha ainda a possibilidade de um encontro entre Trump e Vladimir Putin para tratar do conflito.

Na frente corporativa, a Petrobras registrou lucro líquido de R$ 26,6 bilhões no segundo trimestre de 2025, revertendo o prejuízo de R$ 2,6 bilhões do mesmo período do ano passado. Apesar do desempenho operacional positivo, a distribuição de dividendos abaixo das expectativas frustrou parte dos investidores, gerando projeções de pressão negativa sobre as ações no pregão.

Por volta das 10h19, as listas das maiores altas e baixas eram dominadas por:

Altas

• Eletrobras (ELET6): +9,60%

• Eletrobras (ELET3): +9,47%

• Smart Fit (SMFT3): +7,80%

Baixas

• Minerva (BEEF3): -5,14%

• Hypera (HYPE3): -3,74%

• Raízen (RAIZ4): -2,99%

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