O Ibovespa iniciou esta quinta-feira (07) em alta de 1,20%, aos 136.157 pontos, refletindo o otimismo cauteloso dos investidores em meio a uma agenda carregada de temas relevantes. O mercado acompanha a possível divulgação do plano de contingência do governo brasileiro diante da entrada em vigor das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos, enquanto digere importantes balanços corporativos e indicadores de preços divulgados nesta manhã. Além disso, a perspectiva de juros globalmente mais estáveis também contribui para o apetite ao risco.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou que o governo brasileiro não pretende adotar medidas retaliatórias às tarifas adicionais impostas por Donald Trump, reforçando que a estratégia será focada em proteção interna aos setores mais afetados. Apesar de descartar negociações diretas com o presidente norte-americano, Lula disse que manterá o diálogo diplomático e voltou a negar a possibilidade de flexibilizar a exploração de minerais estratégicos por estrangeiros. A taxação de 50%, válida desde quarta-feira, combina uma tarifa base de 10% com uma adicional punitiva de 40%, com exceção de 694 produtos isentos da sobretaxa.
Enquanto o cenário comercial pressiona Brasília, os olhos do mercado também se voltam para a temporada de balanços corporativos. Hoje, estão no radar resultados de grandes companhias como Suzano (SUZB3), Rede D’Or (RDOR3), Braskem (BRKM5), Eletrobras (ELET3), Fleury (FLRY3), Magalu (MGLU3), Assaí (ASAI3), Renner (LREN3) e Vivara (VIVA3). O destaque, no entanto, é a Petrobras (PETR4), que divulga seu balanço após o fechamento do pregão. A recente queda nos preços do petróleo gera incerteza sobre a performance da petroleira e sobre o montante que será destinado em dividendos.
Na frente macroeconômica, os dados divulgados nesta quinta-feira reforçam sinais de desaquecimento na atividade industrial e descompressão nos preços. O IGP-DI, da FGV, teve recuo de 0,07% em julho, acumulando queda de 1,82% no ano. Já o IPP, divulgado pelo IBGE, caiu 1,25% em junho, marcando o quinto mês seguido de deflação no setor produtivo, com destaque para alimentos e refino de petróleo. Em 12 meses, o IPP desacelerou para alta de 3,24%, ante 5,86% registrados até maio.
Com o cenário externo ainda marcado por incertezas geopolíticas e um ambiente interno desafiador, o Ibovespa tenta manter a trajetória positiva diante de expectativas por respostas concretas do governo e de sinais mais claros sobre a trajetória da inflação e dos juros. A agenda cheia desta quinta-feira promete manter os investidores atentos ao longo do dia.
Por volta das 10h29, as listas das maiores altas e baixas eram dominadas por:
Altas
- Eletrobras (ELET6): +6,05%
- Eletrobras (ELET3): +6,04%
- Smart Fit (SMFT3): +4,59%
Baixas
- Braskem (BRKM5): -4,23%
- Hypera (HYPE3): -2,19%
- RaiaDrogasil (RADL3): -1,40%
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