Ibovespa fecha em queda com pressão fiscal e cautela internacional

Shutterstock/Summit Art Creations

O Ibovespa encerrou a sessão desta quinta-feira (22) com queda de 0,44%, aos 137.273 pontos, refletindo a combinação de preocupações fiscais no Brasil e a cautela dos mercados internacionais. O movimento foi marcado por realização de lucros após a recente alta e por incertezas tanto no cenário doméstico quanto externo.

No Brasil, o anúncio de um bloqueio de R$ 31,3 bilhões no orçamento de 2025, realizado pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento, gerou instabilidade. A medida, parte do esforço para cumprir metas fiscais, inclui um contingenciamento de R$ 20,7 bilhões e bloqueio adicional de R$ 10,7 bilhões, além da previsão de aumento no IOF. Embora inicialmente tenha trazido algum alívio ao mercado, a reação perdeu força diante das falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e da percepção de que o governo pode mirar o limite inferior da meta fiscal, e não o déficit zero. Projeções de um déficit de R$ 97 bilhões reforçaram a desconfiança dos investidores quanto à sustentabilidade fiscal.

No cenário externo, dados fracos dos PMIs da zona do euro, com o índice composto caindo para 49,5, abaixo da expectativa do mercado que esperava alta de 50,7, aumentaram a cautela dos investidores e acentuaram a aversão ao risco global. Além disso, a expectativa em torno da aprovação de um novo pacote de impostos e gastos do Presidente dos EUA, Donald Trump reacendeu preocupações sobre o endividamento dos EUA. Ainda assim, dados positivos de pedidos de seguro-desemprego aliviaram parcialmente os mercados, ajudando na recuperação de futuros em Nova York e dos Treasuries.

O petróleo completou o terceiro dia consecutivo de queda, com o WTI recuando 1,12% e o Brent caindo 1,29%, pressionado por rumores de aumento da produção pela OPEP+ em julho. Já o Bitcoin atingiu novo recorde, superando os US$ 111 mil, impulsionado pela busca institucional por proteção contra inflação e instabilidade econômica.

No noticiário corporativo, as ações da Vale (VALE3) caíram 0,75% em meio à volatilidade do minério de ferro, enquanto Petrobras (PETR4) recuou 1,32% com a baixa do petróleo. Em contraste, Gol (GOLL4) subiu 4,35% após avanços no processo do Chapter 11, e Azul (AZUL4) acompanhou com alta de 4,90%. O destaque do dia foi Raízen (RAIZ4), que liderou os ganhos do Ibovespa com alta de 12,36%, impulsionada por expectativas de queda nos juros e rumores de venda de projetos de energia solar ao fundo Pátria Investimentos.


As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:


Altas

• Raízen (RAIZ4): +12,36%

• Assaí (ASAI3): +5,46%

• Azul (AZUL4): +4,90%

• Marcopolo (POMO4): +3,13%

• Magalu (MGLU3): +2,82%


Baixas

• Bradespar (BRAP4): -3,24%

• Pão de Açúcar (PCAR3): -3,23%

• Vamos (VAMO3): -3,19%

• Brava Energia (BRAV3): -2,47%

• TIM (TIMS3): -2,43%


EUA

Os principais índices de Nova York encerraram o dia sem direção única:

• Dow Jones: 0,00%

• Nasdaq: +0,28%

• S&P 500: -0,04%

 

Para acompanhar mais notícias do mercado financeiro, baixe ou acesse o TradeMap.

 

 

Compartilhe:

Mais sobre:

Leia também:

Destaques Econômicos – 23 de maio

Nesta sexta-feira (23) o calendário econômico traz atualizações relevantes que podem impactar os mercados. Veja os principais eventos do dia e suas possíveis consequências: Sexta-feira

Mais lidas da semana

Uma newsletter quinzenal e gratuita que te atualiza em 5 minutos sobre as principais notícias do mercado financeiro.