O Ibovespa encerrou a quinta-feira (18) praticamente estável, em leve baixa de 0,06%, aos 145.499 pontos, refletindo o movimento de ajuste após a Super Quarta. As decisões de política monetária já eram amplamente esperadas, mas o mercado agora volta suas atenções para os sinais deixados pelos comunicados das autoridades e para o cenário eleitoral doméstico.
Nos Estados Unidos, o corte de juros pelo Fed reforça a perspectiva de uma trajetória de afrouxamento monetário, ainda que em ritmo gradual. O dólar Ptax encerrou estável, cotado a R$ 5,3010.
No Brasil, a pesquisa Genial/Quaest mostrou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liderando em cenários de primeiro e segundo turnos, enquanto Jair Bolsonaro (PL), condenado e inelegível até 2030, perdeu espaço. O levantamento, o primeiro após a decisão do STF contra o ex-presidente e aliados, também avaliou cenários com Tarcísio de Freitas, Eduardo e Michelle Bolsonaro, todos atrás de Lula. O mercado acompanha de perto porque um governo fortalecido tende a reduzir a pressão por ajustes fiscais, aumentando a cautela entre investidores.
No front monetário, o Copom manteve a Selic em 15% ao ano, como previsto. Economistas destacaram o tom mais duro do comunicado, que manteve projeções de inflação em 3,4% para 2027 e deixou aberta a possibilidade de nova alta se necessário. Analistas reforçaram que a inflação de serviços e a resiliência do mercado de trabalho ainda exigem postura restritiva.
No câmbio, relatório do UBS BB projetou real mais forte em 2025 e 2026, com valor justo de R$ 5,40, em linha com juros elevados no Brasil e a perspectiva de cortes nos EUA.
No mercado internacional, os futuros de petróleo recuaram: o WTI fechou a US$ 63,66 (-0,61%) e o Brent a US$ 67,53 (-0,62%), pressionados pelo dólar mais forte e pela expectativa sobre decisões da Opep+. Entre as petrolíferas brasileiras, Petrobras (PETR4) caiu 0,98%, enquanto a Prio (PRIO3) avançou 1,70% e a Brava Energia (BRAV3) subiu 1,93%. No caso da Brava, o movimento foi impulsionado pelo anúncio do início de um programa de ADR Nível I, que permitirá negociação de seus papéis no mercado de balcão norte-americano.
Entre as empresas, o grande destaque foi a Natura (NATU3), que disparou 16,46%, maior alta intradiária em cinco anos, após anunciar a venda da Avon Internacional para o fundo Regent, em operação simbólica de 1 libra esterlina, mas com possibilidade de recebimentos adicionais de até 60 milhões de libras. Analistas consideraram o movimento um passo importante no processo de simplificação da companhia.
A Vale (VALE3) caiu 0,19% após detalhar estratégia de disciplina de capital e foco em projetos de maior margem, enquanto a CVC (CVCB3) recuou 2,87% apesar de anunciar amortização de R$ 150 milhões em debêntures. Já a Motiva (MOTV3) subiu 2,29% após decisão da Artesp que reconheceu reequilíbrio econômico-financeiro de R$ 532 milhões na concessão da Linha 4 do Metrô de SP.
As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:
Altas
• Natura (NATU3): +16,46%
• Motiva (MOTV3): +2,29%
• Hypera (HYPE3): +2,08%
• Brava Energia (BRAV3): +1,93%
• Sabesp (SBSP3): +1,72%
Baixas
• Usiminas (USIM5): -5,40%
• Azzas (AZZA3): -3,37%
• Vamos (VAMO3): -2,96%
• CVC (CVCB3): -2,87%
• Assaí (ASAI3): -2,74%
EUA
Os principais índices de Nova York encerraram o dia em alta:
• Dow Jones: +0,27%
• Nasdaq: +0,94%
• S&P 500: +0,48%
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