Nesta segunda-feira (21), o Ibovespa abriu o pregão em alta de 0,77%, aos 134.409 pontos, impulsionado por expectativas domésticas e menor pressão externa. Em uma semana que começa carregada de incertezas, os investidores se voltam às falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enquanto a tensão comercial com os Estados Unidos continua sendo o principal ponto de atenção no mercado brasileiro.
A agenda do dia é marcada por declarações políticas relevantes. Haddad será entrevistado ao vivo pela CBN nesta manhã, em momento decisivo para o entendimento da postura oficial frente ao tarifaço de 50% anunciado pelos EUA sobre exportações brasileiras. No sábado, Lula classificou as medidas americanas como “arbitrárias e sem fundamento”, e hoje participa no Chile de um evento sobre democracia, com pronunciamentos esperados. A repercussão dessas falas pode influenciar diretamente o humor dos mercados ao longo do dia.
No exterior, investidores acompanham com apreensão a falta de clareza sobre a possível reação de Donald Trump às tensões recentes com o Brasil. Além das tarifas, cresce o temor de que o ex-presidente norte-americano eleve o tom após a decisão do STF contra Jair Bolsonaro. A instabilidade política bilateral e o risco de contaminação no cenário eleitoral de 2026 aumentam a cautela dos agentes econômicos, que já precificam parte dessas incertezas nos ativos brasileiros.
Na frente econômica, o Boletim Focus trouxe uma leve melhora na perspectiva inflacionária para 2025, com a projeção do IPCA caindo de 5,17% para 5,10%. Apesar disso, o índice continua acima do teto da meta de 4,50%. A estimativa para a Selic no fim de 2025 foi mantida em 15%, reforçando o cenário de juros elevados e crescimento contido no curto prazo.
Enquanto isso, no mercado internacional, o petróleo opera em leve baixa, diante de novas sanções da União Europeia contra a Rússia e aumento da produção no Oriente Médio. O minério de ferro, por outro lado, renovou máximas de quase cinco meses na China, favorecido por grandes obras de infraestrutura. Esses movimentos nas commodities ajudam a compensar parte do desconforto doméstico e dão fôlego adicional ao Ibovespa nesta abertura de semana marcada por diplomacia, política e expectativa.
As ações do Fleury (FLRY3) avançam nesta manhã após rumores de que a Rede D’Or São Luiz, controlada pelo Bradesco, negocia uma possível fusão ou aquisição com o grupo. A parceria alimenta expectativas de consolidação no setor de saúde, impulsionando o papel.
Por volta das 10h30, as listas das maiores altas e baixas eram dominadas por:
Altas
- Fleury (FLRY3): +16,71%
- BRF (BRFS3): +3,04%
- Marcopolo (POMO4): +2,58%
Baixas
- Pão de Açúcar (PCAR3): -2,76%
- Raízen (RAIZ4): -1,97%
- CVC (CVCB3): -1,67%
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