Nesta sexta-feira (25), o Ibovespa abriu pregão com alta de 0,15%, aos 134.003 pontos, refletindo o alívio dos investidores, mesmo diante da proximidade do prazo estipulado pelos Estados Unidos para o início da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. No radar, além das incertezas diplomáticas e comerciais, o mercado digere indicadores macroeconômicos importantes, como o IPCA-15 de julho e o desempenho das contas externas.
Com a tarifa prestes a entrar em vigor no dia 1º de agosto, o governo brasileiro intensifica esforços para evitar a medida. O vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin relatou ter conversado no fim de semana com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, reafirmando o apelo por uma solução negociada. Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que mais de 10 mil empresas nacionais podem ser diretamente impactadas, e reforçou que o Brasil deve apresentar um plano emergencial nas próximas semanas, incluindo crédito direcionado a setores vulneráveis.
No campo diplomático, o Brasil tenta suavizar o impasse propondo o fortalecimento das relações comerciais com os EUA, com a meta de dobrar o fluxo bilateral nos próximos cinco anos e um possível avanço em um acordo de bitributação. Apesar dos sinais de trégua, ainda não há garantias de que a tarifa será suspensa. Enquanto isso, o ambiente corporativo acompanha de perto os desdobramentos, com preocupação crescente entre exportadores e investidores.
Em paralelo, dados de inflação voltam a pressionar o mercado. O IPCA-15 subiu 0,33% em julho, acima da expectativa de 0,30% e da leitura de 0,26% em junho. Com isso, o acumulado em 12 meses alcança 5,30%, superando a marca anterior de 5,27% e reforçando a percepção de que o ambiente inflacionário segue desafiador. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), divulgado pela FGV, também apresentou leve alta de 0,8 ponto, atingindo 86,7 pontos, com melhora na média móvel trimestral.
No exterior, o mercado reage positivamente ao avanço das negociações comerciais entre EUA e União Europeia, com expectativa de novos acordos. O petróleo opera em alta diante de especulações sobre possíveis restrições russas às exportações de gasolina, enquanto o minério de ferro encerrou o pregão em baixa na China, pressionado por aumento nos estoques e desaceleração da produção de aço. A combinação de instabilidade geopolítica e incertezas econômicas segue limitando o apetite por risco no mercado brasileiro.
Por volta das 10h28, as listas das maiores altas e baixas eram dominadas por:
Altas
- Vamos (VAMO3): +1,79%
- Cyrela (CYRE3): +1,68%
- Marfrig (MRFG3): +1,26%
Baixas
- Yduqs (YDUQ3): -2,85%
- Usiminas (USIM5): -2,34%
- Magalu (MGLU3): -1,46%
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