Nesta quarta-feira (06), o índice Ibovespa iniciou o pregão em alta de 1,20%, aos 134.804 pontos, impulsionado pelo apetite por risco no exterior, apesar do ambiente doméstico desafiador. As atenções do mercado se voltam para a entrada em vigor da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, enquanto investidores aguardam anúncios do governo federal sobre medidas de apoio aos setores impactados.
Na véspera, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não pretende telefonar para o presidente dos EUA, Donald Trump, para tratar do impasse comercial, por entender que “ele não quer conversar”. No entanto, sinalizou que fará contato para convidá-lo à COP30, conferência do clima marcada para este ano no Brasil. Além disso, Lula descartou a possibilidade de permitir a exploração de minerais estratégicos por empresas estrangeiras, em contraposição à proposta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que já havia mencionado a possibilidade de acordos com os EUA nessa área.
Apesar das tensões comerciais, o ambiente internacional favorável suaviza os impactos locais, com os mercados externos repercutindo positivamente. Enquanto isso, a exclusão de 694 produtos da tarifa cheia de 50%, que seguirão sendo taxados em 10%, também ameniza os efeitos imediatos no comércio bilateral.
No front corporativo, os investidores acompanham os balanços de grandes empresas brasileiras. Liderando entre as maiores altas desta manhã, A RD Saúde (RADL3) apresentou resultados acima do esperado no 2T25, com margem bruta de 29,5% e margem Ebitda de 8,1%, ambas superiores às projeções da Ativa. O lucro líquido foi beneficiado por reversões de provisões, que reduziram o IR em R$ 61,8 milhões, compensando pressões regulatórias e o impacto das vendas de medicamentos GLP-1. Enquanto O GPA (PCAR3) mesmo reportando crescimento de 4% nas vendas líquidas do segundo trimestre, está entre as maiores quedas, com uma demanda mais fraca em maio e junho. O desempenho foi sustentado pelo controle de despesas administrativas e pela resiliência do segmento Pão de Açúcar.
Os preços do petróleo sobem nesta quarta-feira, recuperando-se das mínimas recentes diante de temores com a oferta global, após o presidente Donald Trump ameaçar impor tarifas à Índia por suas importações de petróleo da Rússia. Já o minério de ferro na China encerrou o dia em queda, com investidores voltando suas atenções ao mercado de carvão de coque.
No setor de combustíveis, a Abicom apontou que os preços da gasolina no Brasil estão acima da paridade internacional. A Petrobras (PETR3; PETR4) não reajusta o preço da gasolina há 65 dias e do diesel há 93 dias, o que deve manter o tema no radar do mercado.
Por volta das 10h26, as listas das maiores altas e baixas eram dominadas por:
Altas
- RaiaDrogasil (RADL3): +12,13%
- Usiminas (USIM5): +7,01%
- Embraer (EMBR3): +5,43%
Baixas
- Pão de Açúcar (PCAR3): -2,96%
- Cogna (COGN3): -1,08%
- Energisa (ENGI11): -0,79%
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