O projeto de privatização da Eletrobras, aprovado pelo Congresso neste ano, é considerado pelo mercado o único grande avanço do governo de Jair Bolsonaro no plano de passar uma série de empresas públicas para a iniciativa privada, uma das principais bandeiras da agenda liderada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
A privatização da companhia do setor elétrico, contudo, para sair do papel, ainda precisa ser aprovada pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O julgamento do processo era esperado para ser concluído nesta quarta-feira, dia 15 de dezembro, mas o tribunal acaba de mostrar que o caso vai demorar mais do que se imagina, gerando apreensão entre os investidores, que esperavam por algo sem travas.
Há pouco, um dos desembargadores responsáveis por julgar o processo, o ministro Vital do Rêgo, pediu vistas, segundo informações da agência de notícias Reuters. Isso acontece quando um dos ministros quer mais tempo para examinar o caso, o que pode adiar a votação final por dias.
Rêgo já havia sinalizado, pela manhã, que tinha a intenção de pedir vistas, antes mesmo de o ministro Aroldo Cedraz, relator do processo, começar a ler o seu voto.
Ao justificar o pedido de vistas, Rêgo disse que falta tempo hábil para um exame “pormenorizado” dos autos do processo. Na sua avaliação, a desestatização da Eletrobras demanda “cuidado extraordinário” na análise. Ele ainda apontou preocupações com possíveis impactos da privatização às tarifas de energia ao consumidor.
O adiamento deixou o mercado de mau humor. Por volta das 11h47, as ações da Eletrobras (ELET3) caíam 8,43%, a R$ 31,61.