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Enjoei (ENJU3) tem data para fortalecer geração de lucro – mas não é no curto prazo, diz CEO

Empresa abriu capital na Bolsa há cerca de um ano e meio, quando foi avaliada em R$ 2 bilhões

Foto: Divulgação

A janela de IPOs (ofertas públicas iniciais de ações) na Bolsa brasileira parece ter sido fechada neste ano. Após um grande movimento entre 2020 e 2021, algumas empresas ainda são cunhadas do nome de recém-listadas, como é o caso da Enjoei (ENJU3).

Criada há 13 anos como um brechó online, a origem da Enjoei remonta àquelas histórias de filme, de uma empresa criada no fundo de quintal. É o que conta o executivo-chefe e fundador, Tiê Lima. Ele e a parceira, Ana Luiza McLaren, decidiram fazer um blog para venda de produtos de segunda mão e focaram na curadoria dos objetos e na comunicação com o cliente.

Pouco mais de 10 anos depois de começar o que parecia uma brincadeira, a Enjoei fez algo que era pouco provável em seu início: abrir capital na bolsa. Ela foi avaliada em aproximadamente R$ 2 bilhões.

Desde que foi criada, a empresa registrou muito crescimento, mas também tem sido alvo de questionamentos.

No lado positivo, o GMV (volume bruto de mercadoria, na sigla em inglês) fechou o ano passado em R$ 826 milhões, alta de 67% em comparação a 2020.

Isso foi resultado de a Enjoei ter alcançado 1 milhão de vendedores na plataforma no fim do ano passado, número 50% maior do que em 12 meses antes, o que também trouxe mais usuários para a plataforma.

As avenidas de crescimento para a Enjoei são claras. O comércio eletrônico no Brasil ainda é incipiente e o mercado de segunda mão, ou economia circular, deve acompanhar o desenvolvimento na Europa e Estados Unidos.

Do lado negativo, o mercado avalia o quanto a Enjoei consegue monetizar a operação. A empresa viu seu take rate (ou gross billings, como a empresa chama), que é uma taxa cobrada por transação, diminuir ao longo do ano passado.

A empresa abriu mão de boa parte da margem por motivo de estratégia: o objetivo dela era engajar os usuários recorrentes e trazer novos usuários para base.

“A gente vê que é um mercado que tem previsão de crescimento de 49% por ano até 2025 e nós temos que capturar esse crescimento e essa penetração de e-commerce de usados de moda e a gente faz isso trazendo novos usuários para a plataforma.” diz Tiê.

O preço dos novos usuários, porém, tem sido a queima de margens e caixas para suportar seu crescimento, o que não é uma boa notícia para o mercado. Resultado: queda da confiança e das ações.  

Ações ENJU3 em comparação com o índice Ibovespa desde o IPO

Fonte: TradeMap
Fonte: TradeMap

A dúvida que fica no ar é: até quando a empresa vai abrir mão da rentabilidade e da lucratividade? O executivo aponta uma luz no fim do túnel para os mais preocupados.

“O aumento do lucro operacional a gente tem expectativa que vá acontecer em 2024, 2025. Geração de lucro mesmo, Ebitda positivo e caixa gerados na companhia”, disse o CEO. Segundo ele, a Enjoei vai continuar investindo em crescimento, dado o cenário macroeconômico e de mercado.

“É mais barato hoje você adquirir esses usuários, do que no futuro se viesse a ter alguma competição. A gente está sozinho nesse segmento, é o maior de todos de maneira absoluta, então tem que aproveitar essa posição de liderança.”

Tiê também não vê desconforto com o atual cenário e apontou que a companhia já teve momentos em sua história em que teve que adotar políticas muito mais austeras.

Portanto o investidor que compra as ações da companhia tem que estar ciente que hoje o foco do e-commerce de produto de segunda mão é o longo prazo.

Como se não bastasse, a empresa ainda tem de lidar com problemas relacionados a produtos falsificados em sua plataforma. Após denúncias, a companhia disse que está acompanhando de perto para mitigar essa prática, mas os investidores não têm muitas informações.

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