Dólar perde força frente à maioria das moedas do G20 em 2025

Shutterstock/ FOTOGRIN

Moeda americana se desvalorizou em 13 das 19 economias do grupo até abril, refletindo mudança de postura do Federal Reserve (Fed), aumento do fluxo para emergentes e tensões comerciais crescentes.

O dólar acumulou perdas frente à maior parte das moedas do G20 nos primeiros quatro meses de 2025, segundo dados do Banco Central compilados pelo TradeMap. Até 28 de abril, a moeda americana se desvalorizou frente a 13 das 19 economias analisadas, em um movimento que reflete o realinhamento cambial global diante de um cenário marcado por expectativas de corte de juros nos Estados Unidos, maior atratividade de países emergentes e escalada nas tensões comerciais.

As quedas mais acentuadas ocorreram frente ao rublo russo (-23,48%), iene japonês (-9,03%), euro (-8,72%) e real brasileiro (-8,47%). Também houve recuos diante da libra esterlina (-6,43%), peso mexicano (-5,77%) e outras moedas de economias avançadas e emergentes.
Na contramão, o dólar ganhou valor em apenas três países: Argentina (+12,31%), Turquia (+8,64%) e Indonésia (+4,72%). Os dados sugerem que pressões inflacionárias, instabilidade política e desequilíbrios externos continuam a pesar sobre essas economias.

Embora o anúncio do chamado “Dia da Libertação”, feito pelo presidente americano Donald Trump em 2 de abril, tenha trazido novo fôlego ao protecionismo comercial com a imposição de tarifas sobre produtos de mais de 180 países, o movimento de desvalorização do dólar já vinha sendo observado desde o início do ano.

Entre os principais fatores estão a sinalização do Fed de que pode começar a cortar os juros no segundo semestre, o fortalecimento de moedas emergentes impulsionado pelo fluxo de capital internacional e a reconfiguração gradual de reservas cambiais por parte de países como Rússia e China, com menor dependência do dólar.

No Brasil, a valorização do real tem sido puxada pela alta das commodities e pelo ingresso de investimentos estrangeiros. No entanto, a nova rodada de tarifas americanas pode afetar negativamente setores como o de etanol e produtos agrícolas, elevando incertezas sobre o comércio bilateral.

A leitura predominante no mercado é que, embora os fundamentos das moedas locais tenham contribuído para a valorização frente ao dólar, a escalada protecionista e os sinais de enfraquecimento da economia americana devem continuar pesando sobre o desempenho da moeda dos EUA nos próximos meses

Compartilhe:

Mais sobre:

Leia também:

Destaques econômicos – 30 de abril

Nesta quarta-feira (30) o calendário econômico traz atualizações relevantes que podem impactar os mercados. Veja os principais eventos do dia e suas possíveis consequências: 06:00

Mais lidas da semana

Uma newsletter quinzenal e gratuita que te atualiza em 5 minutos sobre as principais notícias do mercado financeiro.