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Bitcoin mantém trajetória de queda e analistas alertam para recuo aos US$ 30 mil nos próximos dias

Mau humor por alta dos juros nos Estados Unidos se alastra e investidores seguem digerindo novo cenário global

Foto: Shutterstock

O fim de semana vai ser de tensão no mercado de criptomoedas, que, diferentemente das mais tradicionais bolsas de valores, roda 24 horas ao dia, sete dias por semana.

Investidores deverão ficar em alerta para possíveis novos mergulhos do Bitcoin (BTC) e, em consequência, de todo o mercado, após as sucessivas quedas nos últimos dias em reflexo do aumento da taxa de juros americana, na quarta-feira (4).

Nesta quinta-feira (5), a principal cripto do mercado registrou queda de 5,73%, chegando à mínima de US$ 36.443, segundo dados do Mercado Bitcoin disponíveis na plataforma TradeMap.

A moeda digital recuperou parte do terreno nesta sexta (6), mas se mantém no campo negativo. Por volta das 16h10 (de Brasília), o BTC registrava queda de 0,54% em 24 horas, cotado a US$ 36.997.

Caso o Bitcoin perca o atual suporte na faixa de US$ 36 mil, o mercado estima que a próxima parada seja algo em torno de US$ 30 mil — o patamar mais baixo desde julho de 2021.

Segundo Virgílio Lage, analista de mercado da Valor Investimentos, a “defesa” do atual nível depende da reação de investidores institucionais e pessoas físicas, que detêm grande parte do mercado.

“É uma questão de oferta e demanda. Se esses grandes players não defenderem o Bitcoin nos próximos dias, ele vai perder esse patamar e cair com força”, avalia. “Não é possível afirmar com certeza sobre a cotação, mas a tendência é de queda.”

A atenção deste grupo está voltada para os contratos futuros de BTC, negociados na bolsa de valores de Chicago (CME, na sigla em inglês), que funcionam como uma “estimativa” sobre o desempenho do ativo.

A questão está centrada em como os investidores vão digerir o novo cenário de aumento dos juros em escala global. O Federal Reserve, o banco central dos EUA, elevou a taxa básica em 0,50 ponto percentual nesta semana, o maior aperto desde 2000, subindo os juros para a faixa de 0,75% e 1% ao ano.

Na quinta, foi a vez de o BC da Inglaterra subir os juros em 0,25 ponto, para 1%.

A relação da alta dos juros e a queda das criptos é a mesma que tem jogado para baixo todo o mercado acionário na última semana. O movimento traz mais rentabilidade em opções seguras, levando à debandada de investidores dos ativos de risco.

“Cerca de 40% do mercado de Bitcoin é de trader, e é esse grupo que movimenta o preço no curto prazo. Eles estão entendendo que a renda fixa está mais viável, e isso gera um efeito manada”, diz Lage.

A plataforma de negociações Oanda informou nesta sexta-feira que, caso haja uma piora mais acentuada do humor dos investidores nos próximos dias, o BTC pode abrir a semana que vem na casa de US$ 32 mil. E, “se o sentimento de risco continuar”, é esperado um novo recuo para US$ 28 mil e, posteriormente, para US$ 20 mil.

“O cenário das critptos neste final de semana pode ser interessante de se acompanhar, especialmente se tivermos algumas ‘bombas’ nas manchetes”, escreveu o analista de mercado sênior, Jeffrey Halley, em relatório aos investidores.

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