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Bitcoin caminha para a maior queda semanal em mais de um ano e analistas alertam: o pior ainda não passou

Risco de desaceleração da economia global e problemas em série com plataformas cripto aumentam a debandada de investidores

Foto: Shutterstock

O Bitcoin (BTC) caminha para registrar a maior queda semanal em mais de um ano, em meio ao temor dos investidores em relação à desaceleração da economia global e por pressões internas no universo cripto, com o risco de insolvência de grandes nomes do mercado.

De segunda-feira (13) até esta sexta (17), a cotação da maior cripto em capitalização registava queda de 22,57%, conforme dados da Coinglass. Caso se mantenha nesse patamar até domingo (19), será a maior desvalorização semanal desde a quarta semana de maio de 2021, quando o tombo foi de 25,42%.

Por volta das 13h50, o BTC registrava queda de 2,4%, cotado a US$ 20.674, conforme informações da CoinGecko. Esse é o pior patamar para a cripto desde o fim de 2020. Em um recorte considerando a desvalorização em sete dias corridos, o BTC registra perda de 31,3%.

Diferentemente de outros mercados, a negociação de criptos ocorre por 24 horas, todos os dias da semana. O ritmo dá margem para novas movimentações no mercado nas próximas horas e aumenta a tensão dos investidores em relação aos desdobramentos no fim de semana.

“As criptos podem ir para as manchetes nesse fim de semana se o Bitcoin romper US$ 20 mil”, escreveu Jeffrey Halley, analista sênior de mercado da Oanda, em relatório publicado nesta sexta.

As atenções dos investidores estão voltadas à resistência do BTC na faixa dos US$ 20 mil. Este foi o pico atingido na máxima do fim de 2017, antes de a cripto tocar a casa de US$ 70 mil em novembro passado. Historicamente, em um momento de queda, como o atual, o pico do ciclo de alta anterior serve como piso para a cotação.

“Sempre que rompe uma máxima anterior, o preço não retorna mais ao patamar abaixo. Hoje o preço está segurando os US$ 20 mil e, se cair além disso, será algo inédito”, afirma Ayron Ferreira, head researcher da Titanium Asset.

Em um caso mais extremo, caso haja rompimento, a cotação deve voltar para a casa de US$ 16 mil – a mais baixa desde novembro de 2020, diz Ferreira.

O especialista acrescenta que análises do fundamento apontam para uma sobrevenda da cripto, o que pode garantir a permanência no atual estágio e até uma eventual subida de preços. “Caso aconteça um respiro desta queda, o preço pode inicialmente retornar para os US$ 23 mil e, depois, para a região dos US$ 26 mil.”

Em uma visão mais pessimista, Virgílio Lage, especialista da Valor Investimento, diz que há forte probabilidade do rompimento dos US$ 20 mil nos próximos dias, com o BTC iniciando a próxima semana já na margem de US$ 16 mil.

“Não há nenhuma boa notícia no radar que possa influenciar um viés mais positivo”, aponta.

A sequência de sinais negativos das empresas, somada ao cenário já desafiador de alta dos juros em todo o mundo, que tende a drenar os investimentos dos ativos de risco para opções mais seguras na renda fixa, deve pressionar a cotação nas próximas horas.

“Os investidores acabam perdendo a confiança no sistema, e isso leva ao pânico generalizado. Toda vez que o filme do Bitcoin queima, há uma fuga da moeda”, afirma Lage.

Risco de contaminação do mercado

O risco de contaminação do mercado após grandes players anunciarem problemas é o principal fator de risco. Na última segunda, a Celsius, plataforma de empréstimos com base em criptomoedas, anunciou o bloqueio de operações “devido às “condições extremas do mercado”.

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O problema ainda não foi solucionado. Na quarta-feira (15), o CEO da empresa, Alex Mashinsky, foi ao Twitter pedir compreensão dos clientes. “Este é um momento de dificuldades; a sua paciência e apoio significam o mundo para nós.”

Também nesta semana, o Three Arrows Capital, um fundo de investimento em cripto baseado em Dubai, ganhou as manchetes após informações indicarem risco de insolvência. Segundo matéria publicada no site The Block, já foram liquidados R$ 400 milhões em criptos.

Já nesta sexta foi a vez da Babel Finance, concorrente da Celsius, que também anunciou o bloqueio dos ativos por causa do momento adverso.

“Estamos em comunicação com todas as partes relacionadas sobre as ações que estamos tomando para melhor proteger nossos clientes. Durante este período, os resgates e os saques dos produtos Babel Finance serão suspensos temporariamente, e a retomada do serviço normal será notificada separadamente”, afirmou a empresa, em nota postada no site nesta manhã.

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