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Por Sofia Abreu

Colunista de renda fixa da Agência TradeMap

Graduada em Direito e servidora pública desde 2012, já atuou como bancária do Banco do Brasil e atualmente é servidora do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região. Publica conteúdo financeiro em seu canal do Youtube – Servidor que Investe – e em seu instagram.

Renda fixa: como investir sem sustos e aproveitar a alta dos juros

renda fixa poupança

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Você realmente sabe o que significa investir em renda fixa? Muita gente acha que investimentos de renda fixa, por serem os mais seguros e conservadores do mercado, são livres de riscos e de prejuízos. Contudo, isso está longe de ser uma verdade.

Por desconhecerem por completo o verdadeiro conceito de renda fixa (e como rendem produtos desse tipo), muitos investidores, sobretudo iniciantes, aplicam seus recursos sem imaginar o que os aguarda…. e surpresas bem desagradáveis podem surgir no meio do caminho!

E o que de fato é a renda fixa?

Um dos grandes erros conceituais dos investidores é achar que renda fixa representa aplicações em que seu dinheiro − como diz o nome − vão render de forma fixa, ou seja, nos quais você consegue mensurar claramente sua evolução patrimonial e a rentabilidade obtida até o momento. Ledo engano!

Aplicações de renda fixa, tecnicamente, são aquelas em que você tão somente tem um conhecimento preestabelecido, no momento da aplicação, de qual será o indexador de rentabilidade. Desta forma, você sabe, de antemão, no momento da aplicação, qual será a taxa de retorno a qual seu dinheiro estará submetido caso leve aquela o investimento até o vencimento.

Quais são os principais investimentos de renda fixa no mercado?

  • Tesouro Direto
  • CDBs
  • LCIs e LCAs
  • CRIs e CRAs
  • Debêntures
  • Fundos de investimento em renda fixa

Assim, quando você investe, por exemplo, em um título do Tesouro Direto com rendimento prefixado com vencimento em 2026 que promete pagar 10,4% ao ano de rentabilidade, significa que, se você levar esse título até o prazo final, ele vai entregar essa taxa de retorno em termos anuais.

Da mesma forma, se você aplica em um CDB ou em uma LCI que pague uma taxa de 115% do CDI ou IPCA + 2%, quer dizer que, no vencimento, esses produtos vão remunerar de acordo com as respectivas taxas de juros informadas no momento da contratação.

Por avaliar que o Tesouro Direto rende de forma parecida com a caderneta de poupança, por exemplo, muitos investidores levam um susto quando aplicam parte dos recursos e se deparam, alguns dias depois, com menos dinheiro no saldo do que o valor investido. Como explicar essa movimentação?

Por dentro da marcação a mercado

Quando você investe em aplicações de renda fixa como o Tesouro Direto, primeiramente, precisa entender que você, investidor, está comprando um título de dívida do governo federal.

Dessa forma, ao aplicar, por exemplo, em um título como o Tesouro Prefixado 2026 que pague uma taxa de juros de 10,5% ao ano, você está comprando um título por determinado valor (que corresponde ao dinheiro investido) e a palavra de confiança do governo federal de que, em 2026, você vai receber seu dinheiro de volta acrescido de uma taxa de juros anual paga pelo tempo correspondente em que o dinheiro permaneceu investido – e ponto final. Nada além disso.

Até o vencimento do título, oscilações de seu valor podem – e vão – acontecer com base na subida e na descida diária das taxas de juros praticadas nos empréstimos feitos ao governo federal. Na prática, essas mudanças nas taxas de juros interferem diretamente em seus títulos. E a isso se dá o nome de marcação a mercado.

Por causa da marcação a mercado, seus investimentos em Tesouro Direto (no qual se incluem o Tesouro Prefixado e o Tesouro IPCA) não vão render da mesma forma como a poupança, na qual você vê mensalmente um valor a título de juros se somando ao montante inicial investido.

Suas aplicações no Tesouro Direto vão oscilar e podem, inclusive, apresentar rentabilidade negativa (prejuízo), conforme as taxas de juros pagas pelo governo oscilem.

Nesse cenário, a única garantia que você tem, quando investe em títulos públicos do Tesouro Direto, é o respeito à rentabilidade informada na contratação, se levar o investimento até o vencimento.

Em caso de resgate antecipado, ou seja, antes do vencimento do título, tudo pode acontecer e é possível inclusive resgatar um valor menor que o investido. Por isso, é muito importante entender que as suas aplicações em Tesouro Direto não rendem da mesma forma que a poupança e que o planejamento para levar seus títulos até o vencimento é fundamental quando a marcação a mercado provoca a queda no valor dos títulos investidos.

Vale ressaltar que a marcação se reflete em títulos prefixados e atrelados ao IPCA, mas não nos indexados à Selic. Por isso, esse tipo de título pode ser resgatado antes do vencimento sem consequências maiores.

E da mesma forma que a marcação a mercado pode ocasionar rentabilidade inferior à contratada e até mesmo prejuízo, a depender das oscilações que acontecem com os juros praticados no mercado, você pode ter rentabilidade superior à prevista originalmente para um determinado período se decidir resgatar a aplicação antes do prazo final.

Mas isso é um assunto a ser abordado nos próximos artigos!

*As opiniões, informações e eventuais recomendações que constem dos artigos publicados pela Agência TradeMap são de inteira responsabilidade de cada um dos articulistas. Os textos não refletem necessariamente as posições do TradeMap ou de seus controladores.

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