À medida que entramos no mês de abril, os olhos dos investidores se voltam para a Bolsa de Valores, ansiosos para compreender as possíveis dinâmicas que moldarão o cenário financeiro nos próximos dias. Acompanhe algumas das principais tendências para o período a seguir.
Contexto econômico atual
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), registrou queda em março.
Os investidores estão aguardando a divulgação de novos dados econômicos em abril, com destaque para a ata da última reunião do Copom do Banco Central do Brasil, que reduziu a Selic para 10,75% ao ano. Esses dados são importantes para orientar as decisões de investimento e podem influenciar o comportamento dos mercados nos próximos dias.
Perspectivas para o mercado interno
O ministro Fernando Haddad anunciou que o governo pretende enviar ao Congresso uma proposta de mudança na meta fiscal para 2025, que seria inferior à meta de superávit de 0,5% do PIB. Esta declaração mantém a meta em aberto, sujeita a discussões com o Congresso Nacional para definir sua trajetória futura.
No contexto atual, em fevereiro, o governo central registrou um déficit de R$ 58,4 bilhões, o pior saldo para o mês desde 1997, o que tem preocupado o mercado. Existe uma desconfiança de que a equipe econômica não conseguirá atingir o objetivo de déficit zero neste ano.
Haddad também mencionou planos para anunciar medidas destinadas a estimular o mercado imobiliário, incluindo a criação de um mercado secundário de títulos imobiliários.
Setores em foco
Galpões logísticos
O segmento de galpões logísticos tem se destacado positivamente entre os fundos imobiliários no primeiro trimestre de 2024 e nos últimos 12 meses. Em 2023, fechou com uma taxa de vacância de 10,5%, que teve um aumento no fim do ano por causa do excesso de estoque entregue.
As regiões mapeadas pelo Itaú BBA mostram diferentes cenários de vacância: o Rio de Janeiro apresenta a maior taxa, com 17,4%, enquanto Minas Gerais mantém a vacância abaixo de dois dígitos, com 7,9%, e São Paulo registra 11,6%.
No entanto, o relatório do Itaú BBA destaca a necessidade de ajustes na carteira de fundos imobiliários de logística. Duas adições foram feitas: o CSHG Logística (HGLG11) e o XP Log (XPLG11), considerados os mais líquidos no momento. Por outro lado, foram retirados o Bresco Logística (BRCO11), VBI Logístico (LVBI11) e o Kinea Renda Imobiliária (KNRI11) por restrições internas. Além disso, o Guardian Real Estate (GARE11), anteriormente Guardian Logística (GALG11), saiu da carteira em razão de mudanças em sua tese de investimento, deixando de focar exclusivamente em galpões logísticos.
A seleção do Itaú BBA inclui FIIs que fazem parte do índice referencial do setor (Ifix) e têm liquidez relevante, representando 19% do Ifix.
Construção
A Sondagem Indústria da Construção, conduzida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), revelou que os industriais do setor estão confiantes com a situação atual da economia e têm expectativas positivas para os próximos meses. A pesquisa consultou 327 empresas entre os dias 1.º e 11 de março para avaliar diversos indicadores, incluindo atividade da indústria da construção, emprego, confiança, expectativas e intenção de investimentos.
O Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção (ICEI) aumentou 0,4 ponto em março de 2024, atingindo 53,8 pontos, indicando uma maior confiança por parte dos empresários do setor.
Esse aumento foi impulsionado pelo índice de expectativas, que mensura as perspectivas do empresariado em relação à economia brasileira e às suas empresas nos próximos seis meses. Em março, esse índice subiu 1,2 ponto em comparação com fevereiro, alcançando 57,0 pontos. Esse avanço reflete uma visão otimista em relação ao futuro econômico do país e dos negócios no setor da construção.
Bradesco BBI
O Bradesco BBI alterou sua recomendação para a empresa SLC (SLCE3) de neutra para outperform, indicando um desempenho acima da média e sugerindo uma possível compra. Essa mudança é motivada pela visão de que o momento atual representa o fim do ciclo de commodities. O banco expressa um otimismo particular em relação aos preços dos grãos, que são o principal fator impulsionador dos papéis da SLC.
O Bradesco BBI elevou o preço-alvo para o fim de 2024 de R$ 21,00 para R$ 27,00, representando um potencial de alta de 38% em relação ao fechamento de março. Esse aumento de preço-alvo é fundamentado na análise de que os preços dos grãos estão atualmente abaixo do custo de produção nos principais Estados brasileiros, o que pode levar os agricultores a reduzirem a área plantada, sinalizando um possível fundo cíclico de preços no setor.
O banco estima que os preços da soja e do milho possam ficar em média 20% e 25% acima do consenso para 2024/25, respectivamente. Além disso, o mercado ainda não teria precificado totalmente o possível impacto do fenômeno climático La Niña na produção de grãos nos EUA em 2024, o que poderia representar um risco positivo para a SLC.
Para a SLC, o aumento dos preços dos grãos estimado pelo banco significaria um lucro antes de juros, impostos, deduções e amortizações (Ebitda) para 2025 cerca de 23% acima da estimativa do mercado. O Bradesco BBI também destaca que as ações da empresa estão sendo negociadas a uma relação atrativa de 5,4 vezes o valor da empresa (EV) sobre o Ebitda, em comparação com a média histórica de 7 vezes, tornando a avaliação do estoque muito atrativa.
Apesar da estabilidade nos últimos 12 meses, com uma leve alta de 1,38%, e de uma valorização de 4,09% em 2024, o banco vê um potencial significativo de valorização para os papéis da SLC, especialmente diante das perspectivas favoráveis para os preços dos grãos e o ciclo de commodities.
Próximas semanas
O próximo halving do Bitcoin está previsto para ocorrer em torno de 20 de abril de 2024 – embora essa data seja uma estimativa, pois o halving é realizado a cada 210.000 blocos na blockchain do Bitcoin.
O halving do Bitcoin pode ter um impacto significativo no mercado de criptoativos. A redução na oferta de novas moedas é capaz de, potencialmente, impulsionar o valor do Bitcoin, desde que haja um aumento na demanda pelo ativo. Esse fenômeno é fundamentado na lei da oferta e demanda. No entanto, é difícil prever com precisão os efeitos do halving, pois o mercado é complexo e variável.
Até agora, o Bitcoin passou por três halvings, cada um com resultados diferentes. No primeiro, em 2012, houve uma valorização substancial do Bitcoin logo após o evento. No segundo, em 2016, houve uma queda temporária no preço, seguida por uma recuperação e uma valorização significativa nos 365 dias seguintes. O mais recente halving, em 2020, resultou em uma valorização expressiva da criptomoeda ao longo do ano seguinte, o que levou muitos a considerarem o ativo como uma opção de investimento atrativa.
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