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O Brasil está envelhecendo. E a Fleury (FLRY3) vê isso como uma injeção de ânimo

A investidores, a companhia ressaltou que nunca foi tão alta a proporção de brasileiros com mais de 60 anos

Fonte: Fleury Divulgação

 

Em evento com investidores nesta segunda-feira, dia 13 de dezembro, o grupo Fleury, de medicina diagnóstica, admitiu que a concorrência no setor está acirrada. Com a área de saúde em maior evidência após a pandemia do novo coronavírus, nomes como Dasa e Alliar disputam com a empresa a preferência dos clientes.

A companhia, porém, prefere ver o copo meio cheio. Os executivos lembraram que o Brasil está passando por um processo de envelhecimento da população e que isso deve gerar um aumento na demanda por serviços de saúde, em especial de medicina diagnóstica.

Na apresentação, a companhia ressaltou que nunca o País teve uma proporção tão alta de pessoas com mais de 60 anos. Segundo estimativas do IBGE, o Brasil terá 12,2% de pessoas com mais de 60 anos entre 2015 e 2025. Nos 10 anos anteriores, entre 2005 e 2015, essa fatia foi de 8,2%.

Além disso, a expectativa de vida dos brasileiros é a maior da história. Também segundo o IBGE, as projeções indicam que, em 2050, os brasileiros viverão, em média, 81 anos. No ano 2000, era de 70 anos.

Uma das principais consequências nesse processo de envelhecimento são as doenças crônicas, que atingem de 3 em cada 4 idosos do Brasil, de acordo com o IBGE, gerando uma maior demanda por serviços médicos.

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Fonte: IBGE

 

De olho nessa tendência, a Fleury, que atendeu mais de 2,5 milhões de vidas em 2021, indicou o que deve sustentar a sua expansão para os próximos anos. Além de seguir apostando na área de medicina diagnóstica, a empresa deve fazer aquisições para entrar em novos negócios, que já representam 7,8% da receita total do grupo, e estão inseridos em um mercado potencial de R$ 40 bilhões.

Uma terceira avenida de crescimento é a plataforma de Saúde iD, com capacidade de engajar e coordenar a jornada de saúde do paciente, alavancando parcerias e garantindo ganho de escala. 

Com a desaceleração da pandemia, os testes para detectar a covid-19 estão diminuindo em importância, enquanto os procedimentos seletivos estão retomando o seu espaço, com aumento de 36,9% na receita nos nove primeiros meses de 2021, para R$ 3,7 bilhões.

receita liquida FLeury
Fonte: TradeMap

 

Quando o assunto é expansão, a Fleury quer abrir novas unidades em São Paulo, no Rio de Janeiro e nas regiões Nordeste e Sul do País. O crescimento também se dará via atendimento domiciliar, com a ampliação do portifólio, que é responsável por 7,3% do total da receita do grupo, o que equivale a uma receita média de 25 unidades físicas do grupo. Vale destacar que essa modalidade tem baixo investimento em ativos fixos.

O segundo pilar de crescimento são as aquisições. Só em 2021 a companhia comprou três empresas, todas focadas em medicina diagnóstica: Pretti, Bioclínico e a Macedo Magalhães – que trarão um total de R$ 210 milhões em receitas, além de boas oportunidade de sinergias que sustentará uma maior margem.

O terceiro pilar são as parcerias com as operadoras de saúde. Recentemente, a Fleury fechou parceria com uma grande operadora de saúde nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco, que darão acesso a 441 mil vidas, pelos próximos cinco anos.

Desse total, aproximadamente 250 mil vidas estão enquadradas no quarto pilar de crescimento: a criação de oferta de serviços para o segmento básico de planos de saúde. Em um mercado potencial de mais de R$ 22 bilhões por ano, a empresa tem a expectativa de já ter produtos para os planos de saúde no início de 2022.

Por fim, o quinto pilar de crescimento vem das parcerias com hospitais. Recentemente foi fechada uma parceria com o São Camilo, que tem três unidades em São Paulo para a prestação de serviços de imagens.

Hoje, por exemplo, a Fleury anunciou uma joint venture em genômica com o Hospital Albert Einstein. Vale destacar que a área de genômica do Fleury já apresentou um crescimento de mais de 50% na receita, no acumulado de janeiro a setembro. O mercado potencial de genômica no Brasil projetado para 2025 é de aproximadamente R$ 2 bilhões.

A nova empresa constituída, a Genesis, tem como objetivo desenvolver soluções na área de genômica e disponibilizar tecnologia para o setor de saúde. A parceria já nasce a partir das operações atuais de Fleury e Einstein, com mais de 300 testes e com a certificação de instituições internacionais.

Para sustentar o seu crescimento, a Fleury ressaltou que teve uma geração de caixa de R$ 1 bilhão no acumulado de janeiro a setembro, com confortável alavancagem e um endividamento longo. A relação dívida líquida/Ebitda é de 1,3 vezes, bem abaixo do limite do que é considerado prudente pelo mercado, de 3 vezes.

O que recomendam os analistas 

As recomendações para a Fleury, segundo a Refinitv, contam com doze recomendações, sendo somente duas de compra, sete de manutenção e uma de venda. O preço-alvo, segundo a mediana das projeções, é de R$ 23,00, com potencial de alta de 20,73% em relação ao fechamento de 10 de dezembro de 2021, ao preço unitário de R$ 19,05.

analistas Fleury
Fonte: TradeMap

 

Nesta segunda-feira, dia 13, a ação da Fleury (FLRY3) apresanta elevação de 1,0%, por volta das 14h50, cotada a R$ 19,24. No ano os papéis da empresa acumulam baixa de 26,7%.

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