A multinacional de alimentos BRF (BRFS3) registrou um lucro líquido de R$ 22,46 milhões no primeiro trimestre do ano, de acordo com relatório financeiro divulgado na quarta-feira, 12.
Embora o valor seja menor do que os especialistas ouvidos pela Refinitiv esperavam, algo em torno de R$ 112,7 milhões, foi o suficiente para reverter o prejuízo do mesmo período do ano passado, de R$ 38,23 milhões.
Não somente a BRF, como toda a indústria de aves e suínos, enfrentam dificuldades desde o começo do ano com a alta nos preços do milho e da soja, grãos básicos para a produção de ração dos animais.
“A companhia manteve o foco em vantagens competitivas, como gestão de grãos, eficiência operacional, marcas e inovação, para mitigar impactos adversos de curto prazo”, informou a BRF.
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Enquanto isso, a receita líquida da multinacional somou R$ 10,59 bilhões entre janeiro e março, um avanço de 18,3% na comparação anual.
Somente o segmento Brasil apresentou um crescimento de 15,1% no período, para R$ 5,4 bilhões. Já a receita operacional líquida do segmento internacional aumentou em 20,1%, para R$ 4,82 bilhões.
O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado do trimestre caiu 1,4%, para R$ 1,23 bilhão, enquanto a margem Ebitda também diminuiu 2,4 pontos percentuais, até 11,6%.
Outras informações do relatório
A dívida líquida da BRF retraiu entre janeiro e março deste ano, em 1,7%, para R$ 15,32 bilhões. R$ 270 milhões a menos que o valor reportado de janeiro a março de 2020.
Com isso e diante dos efeitos negativos da variação cambial, a companhia encerrou o trimestre com o índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) em 2,96x, contra 2,68x de um ano atrás.
As exportações diretas da BRF somaram 156 mil toneladas, alta de 12,2%, com receita de R$ 1,276 bilhão, aumento de 29,1% na comparação anual.
Em relatório, a empresa afirmou que os valores refletem o avanço de 15% dos preços médios em reais, sustentados pela desvalorização cambial. Além disso, a demanda externa segue positiva, especialmente com a reabertura parcial do canal de food service em diversos mercados, como a Europa, por exemplo.