Ibovespa renova recorde e supera 150 mil pontos à espera do Copom

Fonte: Shutterstock/Alf Ribeiro

O Ibovespa encerrou a segunda-feira (3) em alta de 0,61%, aos 150.454 pontos, registrando a nona valorização consecutiva e renovando recordes históricos tanto no intraday quanto no fechamento. O avanço reflete o otimismo com a temporada de balanços e a expectativa pela decisão do Copom, que deve manter a Selic em 15%.

No exterior, os investidores acompanham as declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed) em meio à pressão do governo Donald Trump por cortes de juros. O presidente Jerome Powell indicou tendência à manutenção da taxa em dezembro, enquanto a diretora Lisa Cook afirmou que a política monetária americana “não está em um caminho predeterminado”, mantendo as apostas divididas sobre um eventual corte.

No Brasil, o mercado de juros futuros já precifica o início do ciclo de cortes apenas em 2026. A postura mais cautelosa do Banco Central reflete a resiliência da economia e a inflação persistente em alguns núcleos. Analistas esperam que o Copom mantenha a Selic na reunião desta semana, reforçando a necessidade de juros altos por um “período prolongado”.
A expectativa é de que os cortes comecem em março de 2026, com seis reduções de 0,50 ponto percentual até 12% ao ano. O BC também deve revisar levemente para baixo suas projeções de inflação: 4,6% em 2025, 3,5% em 2026 e 3,3% em 2027.

O desempenho do índice foi sustentado pelas ações do setor financeiro, com Itaú (ITUB4; 1,67%), Bradesco (BBDC4; 1,10%) e Santander (SANB11; 1,22%) entre os principais destaques de alta.

As petroleiras independentes devem apresentar resultados mistos no terceiro trimestre. Analistas projetam melhoras operacionais para Brava Energia e PRIO, enquanto a PetroRecôncavo deve sentir pressão sobre margens e lucros.
A Brava segue em boa fase, com produção total de 91,8 mil barris equivalentes por dia e fluxo de caixa livre positivo. Já a Prio mostrou recuperação após paralisações no campo de Frade, mas foi afetada pela interdição em Peregrino.

Os analistas reduziram a projeção do Brent para US$ 65 o barril, mas mantiveram recomendações de compra para o setor. Os novos preços-alvo são: PRIO (R$ 60), Brava (R$ 20) e PetroRecôncavo (R$ 15). Mesmo com ajustes, a expectativa é de rendimentos em fluxo de caixa livre entre 11% e 35% até 2027.

O petróleo encerrou em leve alta após a Opep+ sinalizar que deve manter a produção estável no início de 2026. O WTI subiu 0,11%, a US$ 61,05, e o Brent avançou 0,19%, a US$ 64,89. O movimento favoreceu PRIO (PRIO3; 1,14%), Brava (BRAV3; 0,61%) e PetroRecôncavo (RECV3; 1,69%).

A Petrobras (PETR4) também avançou 1,18% após anunciar um Programa de Desligamento Voluntário (PDV) voltado a cerca de 1.100 empregados, com desligamentos previstos para 2026. O plano faz parte do programa de renovação de quadros e de otimização de custos da companhia.

A Vale (VALE3) subiu 0,14% após o Citi reiterar recomendação de compra e preço-alvo de US$ 14, destacando Ebitda ajustado de US$ 4,7 bilhões no 4T25 e perspectiva de dividendos extraordinários em 2026. O banco estima Ebitda de US$ 15,8 bilhões no próximo ano, com produção de 350 milhões de toneladas.

A Minerva (BEEF3) liderou as altas do dia, com ganho de 2,79%, impulsionada por entrada de capital estrangeiro e rotação setorial entre as empresas de proteína animal. Investidores migraram de JBS e MBRF para a exportadora, que deve reduzir a alavancagem abaixo de 2,5x até 2026, abrindo espaço para retomar dividendos. O movimento ocorre em meio às negociações entre Brasil e EUA para reduzir tarifas sobre carne bovina, atualmente em 76,4%.

Entre as elétricas, a Equatorial (EQTL3) avançou 2,59% após anunciar JCP de R$ 1,45 por ação, totalizando R$ 1,82 bilhão, com pagamento em 17 de novembro. Já a Bradespar (BRAP4) subiu 2,70% ao aprovar R$ 310 milhões em JCP, com pagamento em 24 de novembro.

 

As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:

 

Altas

• Minerva (BEEF3): +2,79%

• Bradespar (BRAP4): +2,70%

• CPFL Energia (CPFE3): +2,64%

• Eneva (ENEV3): +2,62%

• Equatorial (EQTL3): +2,59%


Baixas

• Marcopolo (POMO4): -8,11%

• Pão de Açúcar (PCAR3): -5,05%

• Hapvida (HAPV3): -2,81%

• Yduqs (YDUQ3): -2,46%

• Totvs (TOTS3): -2,41%


Confira a evolução do IBOV no fechamento de hoje (03/11):

• Segunda-Feira (03): +0,61%

• Na semana: +0,61%

• Em novembro./2025: +0,61%

• No 4°tri./25: +2,88%

• Em 12 meses: +17,43%

• Em 2025: +25,08%


EUA

Os principais índices de Nova York encerraram o dia sem direção única:

• Dow Jones: -0,48%

• Nasdaq: +0,46%

• S&P 500: +0,17%

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