Ibovespa salta com Powell e tem sua maior alta desde maio

O Ibovespa fechou a sexta-feira (22) em forte alta de 2,57%, aos 137.968 pontos, impulsionado pelo discurso de Jerome Powell em Jackson Hole. O chair do Fed sinalizou abertura para cortes de juros em setembro, mas manteve cautela ao reconhecer riscos tanto para o emprego quanto para a inflação. O dólar Ptax recuou 0,80%, cotado a R$ 5,4392.

Powell afirmou que o mercado de trabalho vive um “equilíbrio curioso”, com desaceleração simultânea da oferta e da demanda por mão de obra, o que pode gerar fragilidade no emprego. Ao mesmo tempo, alertou que as tarifas impostas pelos EUA podem trazer pressão inflacionária duradoura. O tom manteve as apostas em corte de juros, mas deixou claro que os dados de emprego e inflação de agosto serão decisivos para a reunião do Fed em 16 e 17 de setembro.

No campo político, Donald Trump intensificou pressões sobre o banco central e ameaçou demitir a diretora Lisa Cook, que recusou a renúncia. O presidente americano também aposta nas tarifas como ferramenta para reduzir o déficit público, que poderia cortar até US$ 4 trilhões em dez anos. No Brasil, Lula criticou a postura unilateral dos EUA em questões ambientais e afirmou que a COP30 será um “teste de compromisso”.

No noticiário corporativo, o UBS BB reduziu o preço-alvo da Petrobras (PETR4) de R$ 46 para R$ 42, mas manteve recomendação de compra, destacando que a estatal continua sendo a mais barata entre as grandes petroleiras globais. A companhia aprovou Bruno Moretti como novo presidente do Conselho de Administração, e suas ações subiram 2,66%.

Nas commodities, o petróleo registrou leve alta, enquanto o minério de ferro recuou 0,71% na China, pressionando as siderúrgicas. Ainda assim, a Vale (VALE3) avançou 2,51%, contribuindo para o desempenho positivo do índice. No setor de consumo, Natura (NATU3) disparou 8,29% e Cogna (COGN3) ganhou 7,72%, liderando as altas do pregão. O Ibovespa não teve quedas no dia, com a BRF (BRFS3) mostrando a menor variação, alta discreta de 0,10%, após a suspensão do julgamento de fusão com a Marfrig pelo Cade.

Fora do índice, Oncoclínicas (ONCO3) despencou 9,37%, acumulando queda de 39,30% no mês, em meio a negociações de venda de participação de Daniel Vorcaro para Joesley Batista e especulações sobre aumento de capital para aliviar a elevada alavancagem.

No setor financeiro, os bancos voltaram a ganhar força após quedas recentes ligadas ao debate sobre a Lei Magnitsky. Banco do Brasil (BBAS3) liderou com alta de 4,11%, seguido por Bradesco (BBDC4; +3,29%), Itaú (ITUB4; +2,80%), Santander (SANB11; +2,34%) e BTG Pactual (BPAC11; +1,62%).

As listas das maiores altas da carteira do Ibovespa ficaram assim:

Altas

• Natura (NATU3): +8,29%

• Cogna (COGN3): +7,72%

• Minerva (BEEF3): +7,08%

• Cyrela (CYRE3): +6,74%

• MRV (MRVE3): +6,69%

EUA

Os principais índices de Nova York encerraram o dia em alta:

• Dow Jones: +1,89%

• Nasdaq: +1,88%

• S&P 500: +1,52%

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