Ibovespa oscila entre tensões Brasil–EUA e recuperação parcial dos bancos

Fonte: Shutterstock/Butsaya

O Ibovespa encerrou a quarta-feira (20) em leve alta de 0,17%, aos 134.666 pontos, em um pregão marcado pela volatilidade. O mercado seguiu atento ao impasse comercial entre Brasil e Estados Unidos e às expectativas para o simpósio do Federal Reserve em Jackson Hole.

No campo político, ganhou força a tensão diplomática após decisão do ministro Flávio Dino (STF), que determinou que leis estrangeiras não podem afetar cidadãos brasileiros em território nacional. A medida foi interpretada como uma resposta indireta às sanções aplicadas pelos EUA contra Alexandre de Moraes, acusado de violações de direitos humanos com base na Lei Global Magnitsky.

Em entrevista, Moraes afirmou que decisões de cortes estrangeiras só têm efeito no Brasil após validação interna, e que bancos nacionais que bloquearem ativos por ordens externas podem ser punidos pela legislação brasileira. Ele defendeu a via diplomática para evitar que instituições financeiras fiquem entre dois riscos: descumprir o STF ou sofrer sanções dos EUA. Poucas horas depois, Washington classificou Moraes como “tóxico” e manteve as acusações de abusos de direitos humanos.

O impasse seguiu no radar, mas o setor bancário mostrou recuperação parcial. O Banco do Brasil (BBAS3) avançou 0,30%, o Santander (SANB11) subiu 2,08%, o Bradesco (BBDC4) teve leve alta de 0,32% e o Itaú (ITUB4) ganhou 0,06%. Já o BTG Pactual (BPAC11) destoou, recuando 1,10%.

Enquanto isso, investidores também repercutiram a ata do Fed, que mostrou divisão entre membros sobre o nível atual da taxa de juros e seus efeitos na inflação. O mercado agora aguarda o discurso de Jerome Powell em Jackson Hole, que pode indicar ajustes de política monetária e mexer com ativos de risco, como o mercado cripto.

No noticiário corporativo, a sessão foi marcada por decisões do Cade. A fusão entre BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3) ganhou maioria favorável, mas o julgamento foi suspenso após pedido de vista, mantendo as ações em compasso de espera. O impasse pesou sobre os papéis da Marfrig, que recuaram 3,16%, ficando entre as maiores quedas do pregão. Já o Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) disparou 8,62% após renúncias em seus comitês de auditoria e fiscal aumentarem a percepção de mudanças na governança.

Outro destaque foi a Ultrapar (UGPA3), que subiu 4,35% após o Cade aprovar parceria da Ultragaz com a Supergasbras para construção de um terminal de GLP no Ceará, em projeto estimado em R$ 1 bilhão. A alta também foi apoiada pela revisão do preço-alvo da ação pelo Morgan Stanley.

 

As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:

 

Altas

• Pão de Açúcar (PCAR3): +8,62%

• Ultrapar (UGPA3): +4,35%

• Auren (AURE3): +4,05%

• Cemig (CMIG4): +3,78%

• RaiaDrogasil (RADL3): +3,17%


Baixas

• Azzas (AZZA3): -3,42%

• Marfrig (MRFG3): -3,16%

• Rumo (RAIL3): -3,11%

• Magalu (MGLU3): -2,62%

• MRV (MRVE3): -1,80%


EUA

Os principais índices de Nova York encerraram o dia sem direção única:

• Dow Jones: +0,04%

• Nasdaq: -0,67%

• S&P 500: -0,24%

 

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