Ibovespa recua com cautela antes de dados de inflação no Brasil e nos EUA

Fonte: Shutterstock/xalien

O Ibovespa encerrou a segunda-feira (11) em leve baixa de 0,21%, aos 135.623 pontos, em um pregão volátil e de tom cauteloso. No Brasil, os investidores acompanharam os desdobramentos da política monetária e as projeções de inflação, enquanto, no exterior, o foco esteve na expectativa pelos dados do índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA, que serão divulgados nesta terça-feira (12) e podem influenciar as apostas sobre o rumo dos juros.

O Relatório Focus mostrou recuo das projeções de inflação para 2025 pela 11ª semana seguida, de 5,07% para 5,05%. A meta de inflação brasileira é contínua, de 3% com tolerância de 1,5 ponto, mantendo a Selic em 15% por período prolongado para garantir convergência à meta.

O presidente do BC, Gabriel Galípolo, reiterou que cortes nos juros estão descartados no curto prazo. Ele avaliou que o “tarifaço” de 50% imposto pelos EUA sobre produtos brasileiros, embora negativo, pode ter efeito amortecedor devido à baixa dependência comercial do Brasil em relação ao mercado americano. Segundo Galípolo, o impacto pode ir de queda de preços no curto prazo a pressão inflacionária no médio prazo, dependendo da reação cambial.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que negociações com os EUA sobre as tarifas foram canceladas por interferência política interna. Como resposta, o governo lançará uma MP com medidas de financiamento, compras públicas e ajustes tributários para apoiar empresas afetadas, além de acionar formalmente a OMC alegando violação de acordos comerciais.

No cenário corporativo, o varejo movimentou o pregão. Natura (NATU3) subiu 5,86% antes do balanço, enquanto Azzas 2154 (AZZA3) caiu 5,79% na esteira dos resultados divulgados na semana passada, que mostraram lucro de R$ 283,7 milhões (+81,7% a/a) e Ebitda recorrente de R$ 535,6 milhões (+9% a/a). A empresa foca em eficiência e controle de custos para sustentar margens.

A Braskem (BRKM5) despencou 7,76%, para R$ 8,08, menor nível em 16 anos, após críticas da presidente da Petrobras sobre negociações com a Unipar. Já a Eletrobras (ELET6) avançou 1,95%, acumulando alta de 15,55% desde a divulgação de resultados, com projeções de dividendos bilionários até 2030 — um possível novo case de dividendos segundo analistas.


As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:


Altas

• Natura (NATU3): +5,86%

• Eletrobras (ELET6): +1,95%

• Eletrobras (ELET3): +1,92%

• TIM (TIMS3): +1,16%

• BB Seguridade (BBSE3): +1,04%


Baixas

• Braskem (BRKM5): -7,76%

• Azzas (AZZA3): -5,79%

• Vamos (VAMO3): -4,35%

• Raízen (RAIZ4): -4,03%

• Vivara (VIVA3): -3,63%


EUA

Os principais índices de Nova York encerraram o dia em queda:

• Dow Jones: -0,45%

• Nasdaq: -0,30%

• S&P 500: -0,25%


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