O presidente do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo, apresentou nesta terça-feira (6), às 10h00, no evento Blockchain Rio 2025, no Rio de Janeiro, os avanços da agenda de inovação da instituição e os próximos passos no desenvolvimento de soluções digitais para o sistema financeiro nacional.
Entre os principais destaques, Galípolo reforçou o papel do Pix como protagonista na transformação dos meios de pagamento no país. Desde seu lançamento, em 2020, o sistema já movimentou mais de R$ 2,8 trilhões apenas em junho de 2025, com 6,4 bilhões de transações no mês e um recorde de 252 milhões de operações em um único dia. Atualmente, mais de 159 milhões de pessoas físicas e 15 milhões de empresas utilizam o Pix, que já acumula 858 milhões de chaves registradas.
Com esses números, o Pix superou meios tradicionais e se consolidou como o método de pagamento mais utilizado no Brasil, à frente de cartões de crédito, débito e até mesmo do dinheiro.
Durante a apresentação, o presidente do BC detalhou as próximas funcionalidades previstas na chamada agenda evolutiva do Pix, um conjunto de inovações que deve ampliar ainda mais a presença da ferramenta no dia a dia da população.
Entre as novidades, está o Pix automático, que permitirá pagamentos recorrentes, como contas de luz, mensalidades escolares e assinaturas, de forma prática, sem a necessidade de autorizações frequentes. Já o Pix parcelado possibilitará que o consumidor parcele uma compra, enquanto o vendedor recebe o valor integral de forma imediata, tornando o sistema mais competitivo frente aos cartões de crédito.
Outro avanço importante será o Pix em garantia, que permitirá o uso de fluxos futuros de recebimentos como colateral em operações de crédito. Isso deve aumentar a qualidade das garantias e reduzir o custo do crédito no mercado.
Na área de segurança e usabilidade, o Pix por aproximação trará a praticidade dos pagamentos por contato, com o uso de dispositivos móveis, em uma experiência similar à dos cartões contactless. Já o novo sistema MED 2.0 facilitará a contestação de transações suspeitas, permitindo que o usuário reporte fraudes diretamente pelo aplicativo do banco de forma digital, simples e intuitiva.
Galípolo também abordou o papel crescente dos ativos digitais, como criptomoedas, stablecoins e as chamadas moedas digitais de banco central (CBDCs). O presidente do BC defendeu a criação de uma infraestrutura pública que permita o uso desses ativos como garantia em operações financeiras, ampliando a eficiência do crédito e reduzindo riscos no sistema.
Ao encerrar, destacou o forte compromisso do Banco Central com a modernização tecnológica: em 2025, 42% das despesas primárias da instituição serão destinadas à área de tecnologia, evidenciando o papel estratégico da inovação para o futuro do sistema financeiro brasileiro.