Ibovespa avança em meio a tensões políticas e incertezas com tarifa dos EUA

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O Ibovespa fechou em leve alta de 0,14%, aos 133.151 pontos, nesta terça-feira (5), com o mercado refletindo o ambiente de incertezas quanto à relação comercial entre Brasil e Estados Unidos. Na véspera da entrada em vigor do tarifaço de 50% imposto pelos EUA sobre importações de parte dos produtos brasileiros, a ausência de novidades relevantes conteve a volatilidade dos ativos.

O pregão também foi marcado pela escalada política após a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, determinada por Alexandre de Moraes (STF), que intensificou tensões internas e gerou apreensão sobre possíveis repercussões na diplomacia com Washington. A combinação de cenário político conturbado e conflito comercial com os EUA ampliou a cautela dos investidores.

O ministro Mauro Vieira afirmou que o Itamaraty prepara uma resposta formal à medida americana, que será apresentada até 18 de agosto. Segundo ele, o ataque se baseia na Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA, que questiona práticas como o Pix. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou que o Brasil não cederá a pressões de multinacionais incomodadas com a tecnologia brasileira.

O presidente Lula criticou as tarifas e disse que não pretende telefonar a Donald Trump, mas o convidará para a COP30 no Brasil. Considerou o anúncio das tarifas como um dos momentos mais lamentáveis da relação bilateral.

SulAmérica e Amil lideraram em adições líquidas de usuários de planos de saúde em junho, com 88 mil e 46 mil novos beneficiários, respectivamente. A Hapvida (HAPV3) adicionou 36 mil vidas e passou a acumular saldo positivo no trimestre e no ano. O desempenho forte da companhia refletiu em alta de 4,65% nas ações, com analistas destacando melhora nos mercados do Rio de Janeiro e São Paulo.

Ações da Marfrig (MRFG3) subiram 3,56% após a aprovação da fusão com a BRF (BRFS3) por 78,39% dos acionistas da BRF. A operação dará origem à MBRF Global Foods, uma gigante com presença em mais de 100 países e capacidade produtiva de 8 milhões de toneladas por ano.

Ações da Brava Energia (BRAV3) subiram 5,74%, liderando o Ibovespa, após a empresa registrar alta de 4% na produção de julho, totalizando 90,9 mil barris equivalentes por dia. O destaque foi o campo de Atlanta, com aumento de 5% após a conexão de novos poços. O desempenho reforça o foco da companhia na geração de caixa e criação de valor ao acionista.

A Klabin (KLBN11) caiu 2,56% após divulgar lucro líquido de R$ 585 milhões no 2T25, acima do esperado. Contudo, o Ebitda veio 5% abaixo das projeções e a geração de caixa foi considerada fraca. Ainda assim, a empresa aprovou R$ 306 milhões em dividendos e reforçou posição de caixa em R$ 1,6 bilhão.

A ata do Copom, divulgada nesta terça, reforçou a postura cautelosa do BC, destacando que o cenário se tornou mais incerto após a escalada comercial com os EUA. O mercado se divide sobre quando virão os cortes de juros entre o fim de 2025 e início de 2026. A Legacy Capital revisou para baixo sua projeção de inflação e vê espaço para cortes, mas o BC ainda considera a Selic “significativamente contracionista”.


As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:


Altas

• Brava Energia (BRAV3): +5,74%

• Hapvida (HAPV3): +4,65%

• Petz (PETZ3): +3,72%

• Yduqs (YDUQ3): +3,63%

• Marfrig (MRFG3): +3,56%


Baixas

• CSN (CSNA3): -2,82%

• Klabin (KLBN11): -2,56%

• Assaí (ASAI3): -2,54%

• Usiminas (USIM5): -2,51%

• CPFL Energia (CPFE3): -2,09%


EUA

Os principais índices de Nova York encerraram o dia em queda:

• Dow Jones: -0,14%

• Nasdaq: -0,65%

• S&P 500: -0,49%


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