Nesta terça-feira (05), o Ibovespa abriu com alta de 0,75%, aos 133.985 pontos, em meio a um ambiente político e econômico turbulento. Os investidores acompanham de perto os desdobramentos da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, por descumprimento de medidas cautelares. A decisão ocorre em um momento especialmente sensível para a diplomacia brasileira, às vésperas da entrada em vigor das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos nacionais.
A repercussão internacional foi imediata: Washington condenou a decisão do Supremo Tribunal Federal, o que, segundo analistas, pode dificultar ainda mais o já fragilizado diálogo entre os dois países. A tensão elevou temores no mercado de que o presidente norte-americano, Donald Trump, possa endurecer ainda mais sua postura em relação ao Brasil. O senador Flávio Bolsonaro chegou a declarar que será “difícil os EUA não reagirem”.
Além das turbulências políticas, os mercados digerem a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), publicada nesta manhã. O documento reforça a mensagem da última reunião, quando a Selic foi mantida em 15% ao ano, e sinaliza que os juros seguirão nesse patamar por um período prolongado. Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ainda há margem para repensar o ciclo de cortes, mas ele reiterou que não há espaço para medidas fora do arcabouço fiscal. Haddad também citou possíveis acordos com os EUA envolvendo minerais estratégicos, como terras raras.
A pauta do dia inclui ainda a 5ª reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o “Conselhão”, que pode abordar os impactos do tarifaço norte-americano, enquanto o governo busca alternativas para mitigar os efeitos sobre a economia sem escalar o conflito com Washington.
No cenário externo, os preços do petróleo seguem em queda pelo quarto dia consecutivo, com os investidores atentos a possíveis sanções dos EUA contra a Índia, por compras de petróleo russo. Já o minério de ferro se valoriza, impulsionado pela demanda chinesa. Nos Estados Unidos, o déficit da balança comercial caiu para US$ 60,2 bilhões em junho, abaixo das expectativas, puxado por recuos tanto nas exportações quanto nas importações.
Por volta das 10h33, as listas das maiores altas e baixas eram dominadas por:
Altas
- Yduqs (YDUQ3): +3,79%
- Motiva (MOTV3): +2,77%
- Hapvida (HAPV3): +2,65%
Baixas
- Klabin (KLBN11): -0,49%
- Cemig (CMIG4): -0,49%
- Cyrela (CYRE3): -0,25%
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