Ibovespa sobe com alívio parcial no tarifaço dos EUA e Embraer dispara

Shutterstock/esfera

O Ibovespa fechou em alta de 0,95% nesta quarta-feira (30), aos 133.990 pontos, revertendo perdas após o presidente dos EUA, Donald Trump, assinar decreto que impõe tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, mas com importantes exceções, como aeronaves, suco de laranja, petróleo e celulose. A decisão animou os mercados, sobretudo com a exclusão de equipamentos do setor aeronáutico, o que impulsionou as ações da Embraer (EMBR3), que saltaram 10,93%, liderando os ganhos do dia.

A ordem executiva de Trump, que agora entra em vigor em 6 de agosto, adiciona uma tarifa de 40% às já existentes 10%, mas exclui itens estratégicos. A reação inicial do mercado foi negativa, com a Embraer chegando a cair mais de 2%, mas a leitura detalhada do decreto que retirava da lista “aeronaves civis, seus motores, peças e componentes” provocou uma virada nas ações. A alta foi tão expressiva que os papéis entraram em leilão duas vezes devido à volatilidade.

Apesar do alívio parcial, a medida elevou o tom das tensões diplomáticas entre Brasil e EUA. Trump justificou a tarifa como uma resposta a “ameaças extraordinárias à segurança nacional” dos EUA, mencionando diretamente o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e acusando o ministro Alexandre de Moraes, do STF, de abusos de autoridade. Moraes, inclusive, foi sancionado sob a Lei Magnitsky, com bloqueio de bens nos EUA e proibição de entrada no país. Segundo o Tesouro norte-americano, o ministro promoveu uma “caça às bruxas ilegal” com censura e detenções arbitrárias.

Enquanto isso, o dólar Ptax avançou 0,48%, cotado a R$ 5,6034, refletindo a instabilidade. O impacto das tarifas nos setores de exportação também trouxe preocupação. A Vale (VALE3) caiu 1,79%, pressionada tanto pela queda no minério quanto pela possibilidade de retaliações brasileiras, que poderiam afetar importações de equipamentos norte-americanos usados pela mineração.

No cenário monetário, o Federal Reserve manteve os juros entre 4,25% e 4,50% pela quinta vez consecutiva. A decisão dividida, com dois votos dissidentes, refletiu a incerteza sobre a trajetória da inflação e do emprego nos EUA, mas reforçou a possibilidade de cortes futuros caso o crescimento continue desacelerando.

Por aqui, o mercado segue aguardando a decisão do Copom, que deve manter a Selic em 15% ao ano. A expectativa maior, no entanto, está voltada ao comunicado pós-reunião, que pode abordar os potenciais impactos econômicos do tarifaço.


As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:


Altas

• Embraer (EMBR3): +10,93%

• Pão de Açúcar (PCAR3): +5,80%

• Magalu (MGLU3): +5,16%

• Yduqs (YDUQ3): +4,60%

• Cogna (COGN3): +4,14%


Baixas

• Engie (EGIE3): -2,39%

• RaiaDrogasil (RADL3): -2,17%

• Bradespar (BRAP4): -1,85%

• Vale (VALE3): -1,79%

• Usiminas (USIM5): -1,43%


EUA

Os principais índices de Nova York encerraram o dia sem direção única:

• Dow Jones: -0,38%

• Nasdaq: +0,15%

• S&P 500: -0,12%


Para acompanhar mais notícias do mercado financeiro, baixe ou acesse o TradeMap.

Compartilhe:

Mais sobre:

Leia também:

Mais lidas da semana

Uma newsletter quinzenal e gratuita que te atualiza em 5 minutos sobre as principais notícias do mercado financeiro.