O Ibovespa fechou em queda de 1,15% nesta quinta-feira (24), aos 133.808 pontos, pressionado pelas tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos. O pessimismo do mercado foi alimentado pela proximidade da entrada em vigor do tarifaço de 50% imposto por Donald Trump, prevista para o dia 1º de agosto, e pela percepção de que não há canais formais de negociação ativos com os americanos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil está aberto ao diálogo, mas não aceitará intimidações. Ele classificou as justificativas de Trump como “mentirosas” e comparou a postura do presidente americano a um blefe de truco. “Se ele tiver trucando, vai tomar um seis”, ironizou. Lula ainda voltou a falar em possíveis retaliações comerciais.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, alertou que mais de 10 mil empresas brasileiras podem ser afetadas pelas tarifas e afirmou que o governo já elaborou um plano de contingência com “medidas para todo gosto”, incluindo linhas de crédito. Em paralelo, Haddad também comentou que o interesse dos EUA no Pix é puramente financeiro.
Enquanto isso, Gabriel Escobar, encarregado de negócios da Embaixada dos EUA, reforçou o interesse americano em minerais críticos brasileiros como nióbio, lítio e grafite, e afirmou que futuras missões empresariais podem ocorrer ainda este ano. Apesar de não haver relação direta com o tarifaço, o tema deve entrar nas negociações comerciais, segundo empresários.
Entre as maiores quedas do dia estiveram WEG (WEGE3) e Embraer (EMBR3), ambas com forte exposição ao mercado americano.
A WEG recuou 4,68%, acumulando queda de 12,32% desde o balanço do 2T25. Apesar do lucro líquido de R$ 1,59 bilhão, o resultado ficou abaixo das expectativas do mercado, que esperava R$ 1,76 bilhão. A empresa citou a desaceleração na demanda industrial e incertezas geopolíticas como fatores de impacto, além das preocupações com as tarifas americanas.
Executivos da companhia afirmaram que o impacto no segundo trimestre foi moderado, mas admitem que, caso as tarifas sejam mantidas, o Brasil será um dos países mais afetados. A WEG já estuda realocar rotas de exportação, usando fábricas no México e na Índia para abastecer o mercado americano e tentar mitigar os riscos do tarifaço.
Outro destaque negativo foi a Embraer, que caiu 3,89%. Apesar do crescimento na carteira de pedidos no 2T25, analistas demonstram cautela diante da possibilidade de perda de contratos futuros caso as tarifas entrem em vigor.
As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:
Altas
• Pão de Açúcar (PCAR3): +1,45%
• Petz (PETZ3): +1,00%
• Vibra (VBBR3): +0,74%
• Braskem (BRKM5): +0,67%
• Vamos (VAMO3): +0,51%
Baixas
• Weg (WEGE3): -4,68%
• Embraer (EMBR3): -3,89%
• Cyrela (CYRE3): -3,86%
• Magalu (MGLU3): -3,33%
• Direcional (DIRR3): -3,32%
EUA
Os principais índices de Nova York encerraram o dia sem direção única:
• Dow Jones: -0,70%
• Nasdaq: +0,18%
• S&P 500: +0,07%
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